As eleições municipais em Governador Valadares, na região do Rio Doce, revelaram uma nova fissura no Republicanos em Minas Gerais. O empresário Alex Diniz, irritado com a escolha de Renato do Samaritano como pré-candidato à prefeitura, renunciou ao cargo de vice-presidente estadual na segunda-feira (5/8). Essa decisão intensificou a crise interna do partido, exposta desde a filiação do ex-prefeito Alexandre Kalil.
Durante a convenção partidária do PL em Governador Valadares, Diniz expressou seu descontentamento, jogando um boné e uma camiseta do Republicanos no lixo. Ele justificou sua renúncia devido a “bandidagem e falsos profetas” no partido, sem nomear diretamente os envolvidos. Prometeu combater a “hipocrisia e sem-vergonhice”.
Euclydes Pettersen, presidente estadual do Republicanos, afirmou que nunca exigiu apoio de Diniz a Renato do Samaritano e que sempre esteve aberto ao diálogo. Pettersen ressaltou que Diniz era um “bom empresário e amigo” e que as insatisfações eram pontuais, não representando um isolamento dentro do partido.
A crise no Republicanos começou em julho de 2023, quando Pettersen sucedeu Gilberto Abramo na liderança do diretório estadual, devido ao desempenho insatisfatório nas eleições de 2022. O partido não atingiu suas metas, elegendo apenas dois deputados federais e três estaduais.
A situação se complicou com a filiação de Kalil, articulada por Abramo e o ex-deputado Adalclever Lopes (PSD), enquanto Pettersen negociava o apoio do governador Romeu Zema (Novo). Pettersen soube da filiação de Kalil pela imprensa, o que aumentou as tensões. Kalil foi prometido a presidência do diretório estadual, ocupada por Pettersen, que planeja se candidatar ao Senado em 2026.
Apesar das divergências, Pettersen negou qualquer racha significativo no partido, afirmando que o relacionamento entre os membros é tranquilo. A renúncia de Alex Diniz e as disputas internas destacam os desafios do Republicanos nas eleições de 2024.
