No primeiro debate entre os pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, transmitido pela TV Band, Fuad Noman (PSD), atual prefeito, cometeu uma gafe ao se referir à deputada federal Duda Salabert (PDT) como “senhor”. Duda, que é a primeira mulher transsexual a ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados, corrigiu imediatamente o erro, e Fuad prontamente se desculpou.
O incidente ocorreu durante uma discussão sobre a situação da educação em Belo Horizonte. Duda criticou Fuad por sua proximidade com o ex-governador Aécio Neves (PSDB) e pela gestão da educação na capital. “Na sua gestão, prefeito, foram cinco secretários de educação em dois meses e meio. O senhor troca o secretário de educação, e por isso tem colapso na educação de BH. BH tem caído no ranking do Ideb”, declarou Duda.
Em sua réplica, Fuad disse que Duda estava equivocada, mas, ao responder, cometeu a gafe. “Eu fico espantado com suas observações… O senhor fala que vai aumentar o salário do professor, o senhor não conhece o orçamento de Belo Horizonte”, disse Fuad, que em seguida foi corrigido por Duda e pediu desculpas: “Senhora, senhora. Desculpa. Foi um erro”.
Engler evita polêmica e foca em enchentes
No debate, Duda também tentou provocar Bruno Engler (PL) ao abordar temas como mudanças climáticas, vacinas e a pandemia de Covid-19. Engler, no entanto, evitou polêmicas e focou em sua resposta nos problemas de enchentes e chuvas em Belo Horizonte. “O grande problema que a gente enfrenta é a situação das chuvas. Já temos investimentos sendo feitos em infraestrutura, mas que precisam ser ampliados”, afirmou.
Duda sugeriu a criação de um cargo de Autoridade Climática e um Fundo Municipal para tragédias climáticas, enquanto Engler criticou a proposta, chamando-a de “a mesma ideia da esquerda de sempre” de criar “mais cargos”. Ele ainda respondeu que apoia vacinas, especialmente as mais antigas e comprovadas, e prometeu promover a vacinação na cidade.
Rogério Correia ironiza alianças de Tramonte
O deputado federal Rogério Correia (PT) aproveitou o debate para ironizar as alianças políticas de Mauro Tramonte (Republicanos), destacando a união entre o ex-prefeito Alexandre Kalil e o governador Romeu Zema em apoio à sua candidatura. Correia afirmou que Tramonte “saiu do Balanço Geral (programa de TV) e arrumou um barraco geral dentro da sua coligação”.
Tramonte respondeu que, se eleito, ele terá o comando da prefeitura e que Kalil e Zema foram trazidos por sua “bagagem política”. Ele enfatizou que, apesar dos rumores, ninguém receberá secretarias, e que a prefeitura será comandada por ele, com foco em um trabalho técnico.
O debate
Mediado pela jornalista Adriana Araújo, o debate teve cinco blocos e contou com a participação de sete pré-candidatos à prefeitura de Belo Horizonte: Bruno Engler (PL), Carlos Viana (Podemos), Duda Salabert (PDT), Fuad Noman (PSD), Gabriel Azevedo (MDB), Mauro Tramonte (Republicanos) e Rogério Correia (PT). A escolha dos participantes foi baseada na representatividade dos partidos no Congresso Nacional e nas regras do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG).
