A Folha de S.Paulo, em editorial publicado na segunda-feira (12), levantou preocupações sobre o aumento insustentável dos gastos obrigatórios do governo federal, alertando para o potencial de instabilidade econômica no Brasil. O jornal destaca que a hesitação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fazer escolhas “politicamente difíceis” pode resultar em uma crise durante a segunda metade de seu mandato.
A Folha argumenta que o aumento das despesas públicas, como salários, aposentadorias e programas sociais, pode atingir cerca de R$ 138,3 bilhões em 2025, dos quais R$ 135 bilhões já estariam comprometidos. Isso limitaria os recursos disponíveis para outras políticas públicas e investimentos, prejudicando a prestação de serviços do Estado.
O jornal identifica as regras de correção das despesas, especialmente aquelas vinculadas ao salário mínimo, como a raiz do problema. A decisão política de reajustar o salário mínimo acima da inflação, endossada pelo Congresso, teria um impacto significativo no orçamento, sem que as contas públicas sejam devidamente equilibradas.
Além disso, a Folha critica o congelamento de R$ 2,3 bilhões em programas como a “Farmácia Popular” e o “Auxílio Gás”, que reflete o dilema enfrentado pelo governo ao tentar ajustar suas finanças. Embora o governo tenha proposto revisões em alguns programas, estimando uma economia de R$ 25,9 bilhões para 2025, o editorial considera essas medidas insuficientes para evitar uma crise econômica.
A publicação ainda sugere que mudanças constitucionais serão necessárias para ajustar os parâmetros de correção das despesas, especialmente em áreas como saúde e educação, para evitar um colapso financeiro.
