O painel da ONU que acompanhou as eleições presidenciais na Venezuela em 28 de julho declarou que o processo eleitoral falhou em cumprir os princípios básicos de credibilidade. Em comunicado preliminar divulgado nesta terça-feira (13), a organização criticou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) por cancelar auditorias cruciais sem justificativa, o que comprometeu a transparência da votação.
Segundo o painel, a transmissão eletrônica dos resultados funcionou inicialmente, mas foi abruptamente interrompida após o término da votação, sem explicações. O CNE alegou que um ataque hacker atrasou a contagem dos votos, mas a ONU apontou que auditorias sobre o sistema de comunicação, que poderiam esclarecer o ocorrido, foram canceladas.
A campanha eleitoral também foi marcada por restrições ao espaço cívico e político. O painel destacou que o regime de Nicolás Maduro dominou os meios de comunicação estatais, limitando o acesso dos candidatos da oposição. Além disso, líderes opositores, como María Corina Machado, enfrentaram restrições que os impediram de concorrer.
Embora o painel não tenha sido designado para avaliar o resultado eleitoral, suas críticas foram contundentes. A ONU afirmou que as sanções econômicas contra a Venezuela, mencionadas por Maduro, também foram observadas, mas sem impactar a avaliação crítica do processo eleitoral.
O CNE declarou que Nicolás Maduro venceu com 51,95% dos votos, enquanto o opositor Edmundo González obteve 43,18%. No entanto, a falta de detalhes por estado e a ausência de divulgação oficial das atas de votação aumentam as suspeitas sobre a integridade do pleito. As negociações internacionais, lideradas por Brasil, Colômbia e México, continuam em busca de uma mediação para a crise política venezuelana.
