O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, fez duras críticas ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, destacando sua submissão ao governo de Nicolás Maduro. Em entrevista ao portal Metrópoles, Barroso ressaltou que a Suprema Corte venezuelana foi “capturada” pelo chavismo, tornando-se incapaz de resistir ao autoritarismo desde o governo de Hugo Chávez.
Segundo o ministro, o caso venezuelano exemplifica uma das derrotas fragorosas das Supremas Cortes em países onde o autoritarismo prevaleceu. Ele citou outros exemplos, como Hungria, Polônia, Turquia e Nicarágua, onde as instituições judiciais também foram comprometidas.
Barroso também expressou surpresa com o apoio da esquerda brasileira ao regime de Maduro, afirmando que a Venezuela não pode ser caracterizada como um país de direita ou de esquerda, mas sim como um “desastre humanitário”. Ele questionou o motivo pelo qual a esquerda brasileira se alinha ao regime venezuelano, argumentando que é necessário priorizar valores como integridade e seriedade acima de alinhamentos ideológicos.
O ministro enfatizou que o colapso da Venezuela é evidente pelo grande número de cidadãos fugindo do país em busca de melhores condições de vida. “Não pode ser progressista um regime em que as pessoas estão indo embora, fugindo, desesperadas”, afirmou Barroso.
A crítica de Barroso à submissão do TSJ venezuelano reflete sua preocupação com a degradação das instituições democráticas em várias partes do mundo. No Brasil, o ministro defende que a justiça deve permanecer independente de influências políticas, preservando sua integridade e legitimidade.
