O jornal O Estado de S. Paulo, em seu editorial de 19 de agosto, expôs uma preocupante ampliação da influência do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas eleições municipais de São Paulo. A publicação destaca que a facção criminosa está agora buscando infiltrar-se na política, o que representa uma ameaça significativa para a democracia.
O editorial do Estadão revela que o PCC está envolvido em diversas frentes para influenciar o cenário político. A facção não só fornece financiamento para campanhas de aliados e corrompe o sistema público, mas também se apropria de contratos públicos e ameaça políticos. A infiltração do grupo criminoso inclui até tentativas de lançar seus próprios candidatos em disputas eleitorais.
O texto menciona a “Operação Fim da Linha”, deflagrada em abril, que visava cumprir mandados de busca e apreensão em empresas de transporte coletivo, como Upbus e Transwolff. Essas empresas, que receberam consideráveis recursos da Prefeitura de São Paulo, são acusadas de lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas, associado ao PCC.
Além disso, a “Operação Salus et Dignitas” resultou na prisão de Janaína da Conceição Cerqueira Xavier, ex-candidata a vereadora pelo PT, que estava envolvida em atividades ilícitas na Favela do Moinho, identificada como uma base central do PCC.
Impacto e Reações
A influência do PCC sobre as eleições se manifesta através de intimidação de candidatos e proibição de campanhas em áreas controladas pelo crime organizado. Candidatos do PSDB, por exemplo, foram impedidos de realizar campanhas em zonas dominadas pelo PCC nas eleições passadas. Recentemente, o grupo também foi impedido de lançar candidatos em Mogi das Cruzes e Santo André.
O editorial do Estadão alerta para o risco de crescimento dessa influência criminosa na política e a necessidade urgente de medidas para contê-la. A publicação sugere que o avanço do PCC rumo ao poder político deve ser enfrentado de imediato para preservar a integridade do sistema democrático.
