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População brasileira deve começar a diminuir em 2042, estima IBGE

A população brasileira deverá começar a diminuir a partir de 2042, de acordo com as novas projeções divulgadas na última quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estima-se que o Brasil atinja seu número máximo de habitantes em 2041, com 220,43 milhões de pessoas. Após esse pico, o país iniciará um declínio populacional gradual, que se intensificará ao longo das décadas.

Conforme as projeções do IBGE, o crescimento populacional, que em 2024 ainda será de cerca de 0,4%, cairá de forma constante até se inverter em 2042. Entre 2042 e 2070, a população brasileira deverá diminuir aproximadamente 0,7% ao ano, chegando a 199,23 milhões de habitantes em 2070.

Fecundidade em Queda

A queda da população está diretamente relacionada à redução da taxa de fecundidade no Brasil. Em 2023, a taxa média foi de 1,57 filho por mulher, número significativamente inferior ao nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher. Para efeito de comparação, em 2000, a taxa de fecundidade era de 2,32 filhos por mulher, o que permitia um crescimento populacional sustentável.

Desde então, a taxa de fecundidade vem caindo continuamente. Em 2005, era de 1,95 filho por mulher, passando para 1,75 em 2010, 1,66 em 2020 e 1,57 em 2023. A expectativa do IBGE é que essa taxa continue caindo até 2041, quando deverá atingir 1,44 filho por mulher, antes de estabilizar e aumentar ligeiramente para 1,5 filho por mulher em 2070.

Apenas o estado de Roraima ainda apresenta uma taxa de fecundidade acima do nível de reposição, com 2,26 filhos por mulher em 2023. Por outro lado, o Rio de Janeiro possui a menor taxa, com apenas 1,39 filho por mulher.

Impactos Regionais e Migrações

Três estados brasileiros deverão começar a perder população ainda nesta década. Alagoas e Rio Grande do Sul devem iniciar o declínio populacional em 2027, enquanto o Rio de Janeiro começará a encolher em 2028. Por outro lado, estados como Roraima, Santa Catarina e Mato Grosso continuarão a crescer até a década de 2060 ou 2070, conforme as projeções.

Além das taxas de fecundidade, as migrações internas e externas também influenciam a demografia. Após a pandemia, o IBGE realizou ajustes em suas estimativas com base em novos dados populacionais, levando em conta o Censo de 2000, 2010 e 2022, bem como a Pesquisa de Pós-Enumeração do Censo e os registros de nascimento e óbitos.

Envelhecimento da Maternidade

Outro dado relevante nas projeções do IBGE é o envelhecimento da maternidade. A idade média das mulheres ao terem filhos aumentou de 25,3 anos em 2000 para 27,7 anos em 2020. A expectativa é que essa idade continue subindo, alcançando 31,3 anos em 2070. Esse adiamento da maternidade reflete mudanças sociais e econômicas, como a maior participação das mulheres no mercado de trabalho e a busca por maior estabilidade financeira antes de formar família.

Futuro da Demografia Brasileira

As projeções indicam que o número de nascimentos no Brasil continuará em declínio, passando de 3,6 milhões por ano em 2000 para 2,6 milhões em 2022 e atingindo 1,5 milhão em 2070. O envelhecimento da população e a redução do número de nascimentos trarão desafios significativos para o país, como a necessidade de ajustes nas políticas de previdência e saúde para atender uma população mais idosa e com menos trabalhadores ativos.


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