A Justiça de Mato Grosso homologou o plano de recuperação judicial da empresa P A Rezende Transportes, que teve suas contas bloqueadas em 2022 por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A empresa foi investigada sob suspeita de financiar atos considerados “antidemocráticos” pela Corte, relacionados à interrupção ilegal de rodovias e manifestações em frente a quartéis.
O bloqueio, realizado em novembro de 2022, afetou a P A Rezende e outras 32 empresas, além de dez indivíduos. Como consequência, a empresa sofreu um grave desequilíbrio financeiro, segundo o advogado Frange Júnior, que representa a transportadora. Para continuar suas operações e honrar compromissos com mais de 200 colaboradores e fornecedores, a empresa precisou recorrer a empréstimos com juros elevados.
Com sede em Água Boa, no estado de Mato Grosso, a P A Rezende Transportes atua em diversos estados do Brasil e possui uma dívida estimada em R$ 26 milhões. A recuperação judicial, agora homologada, dá à empresa um fôlego extra para reorganizar suas finanças e negociar suas dívidas. Além disso, a firma deverá apresentar relatórios mensais à Justiça, detalhando o progresso de sua reestruturação.
A medida busca permitir que a empresa supere as dificuldades impostas pelo bloqueio de suas contas e recupere sua estabilidade econômica ao longo do tempo. O caso continua a levantar debates sobre as ações judiciais relacionadas ao financiamento de atos considerados antidemocráticos e seus impactos econômicos em empresas envolvidas.
