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“Escutou, Celso Amorim?”: Jorge Rodríguez defende reeleição de Maduro e faz comparação com o Brasil

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, aproveitou o embate político envolvendo a recente reeleição do presidente Nicolás Maduro para enviar um recado direto a Celso Amorim, assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante discurso nesta segunda-feira (26), Rodríguez defendeu a ratificação da vitória de Maduro pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano, comparando o processo judicial com o modelo eleitoral brasileiro.

A eleição venezuelana, marcada por questionamentos de observadores internacionais e pela oposição, não foi reconhecida oficialmente pelo Brasil. Celso Amorim, em nome do governo brasileiro, tem exigido a publicação das atas eleitorais, documento essencial para validar o processo. Até o momento, essas atas não foram divulgadas.

Jorge Rodríguez, aliado de longa data de Maduro, reforçou a ideia de que a decisão do TSJ é definitiva e chamou a atenção de Amorim. “A sentença do TSJ não é apenas na Venezuela onde a jurisdição superior decide, mas também no Brasil — ouviu, senhor Celso Amorim? –, no México, nos Estados Unidos da América e no mundo inteiro”, afirmou Rodríguez.

Comparações com o Brasil

A fala de Rodríguez se refere ao papel do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Brasil, que desempenha funções similares ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela. No entanto, há uma diferença crucial entre os dois países: enquanto as eleições brasileiras de 2022 foram amplamente validadas por observadores internacionais, a eleição venezuelana é vista com ceticismo por muitas organizações globais, como o Centro Carter e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

O Centro Carter, que observou ambas as eleições, atestou a integridade do pleito brasileiro, mas afirmou que a votação na Venezuela “não cumpriu os padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrática.” O relatório destacou o claro favorecimento do CNE ao governo de Nicolás Maduro, contribuindo para a falta de confiança no processo eleitoral venezuelano.

TSJ Confirma Vitória de Maduro

A decisão do Tribunal Supremo de Justiça venezuelano, proferida 25 dias após o pleito de 28 de julho, validou a reeleição de Maduro com 51,95% dos votos, superando o candidato de oposição, Edmundo González, que obteve 43,18%. Contudo, a oposição e a comunidade internacional continuam a questionar a legitimidade da eleição, em parte devido à ausência das atas eleitorais.

A oposição, liderada por González e pela ex-candidata María Corina Machado, rejeita o resultado e acusa o governo de manipulação. Segundo eles, contagens paralelas das atas eleitorais indicam que González venceu a eleição.

Pressão Internacional

A comunidade internacional segue pressionando o governo venezuelano pela divulgação das atas eleitorais. A OEA, junto com 21 países, incluindo os Estados Unidos e membros da União Europeia, exigiu maior transparência no processo. Além disso, o regime de Maduro foi acusado de influenciar diretamente as instituições judiciais e eleitorais, como o TSJ e o CNE.

No entanto, o Tribunal Supremo mantém sua posição, afirmando que as atas eleitorais estão “sob controle” do próprio tribunal e que a decisão é “irreversível.”

Futuro Incerto

Enquanto a tensão política aumenta na Venezuela, o recado de Jorge Rodríguez para Celso Amorim parece ser uma tentativa de consolidar a posição de Maduro frente às críticas internacionais. Com o apoio de aliados dentro do judiciário venezuelano, Maduro busca assegurar mais um mandato, mesmo diante da oposição feroz e da pressão externa.

A legitimidade do processo eleitoral continua sendo uma questão crítica para a Venezuela, à medida que o país lida com uma crescente crise política e econômica, agravada por sanções internacionais e a falta de confiança no sistema democrático.


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