Brendan Carr, um dos conselheiros da Comissão Federal de Comunicação (FCC) dos Estados Unidos, criticou duramente a suspensão do Twitter/X no Brasil, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em declarações feitas neste sábado, Carr afirmou que a medida representa um ataque significativo à liberdade de expressão e classificou a decisão como “censura política”.
Carr, que ocupa uma das cinco cadeiras da FCC, comparou a situação no Brasil a um “golpe mais amplo contra a liberdade”. Segundo ele, o conteúdo da decisão de Moraes é mais preocupante do que as manchetes sugerem, alegando que o ministro está tentando implementar controles autoritários sobre a liberdade de expressão no país.
O conselheiro da FCC ressaltou que Moraes, em sua decisão, fez menção ao Brexit e à eleição de Donald Trump como exemplos de populismo extremo que se refletem nas condições políticas do Brasil. Ele também destacou que a continuidade do Twitter/X poderia impactar as eleições municipais deste ano.
Carr lembrou que a Constituição brasileira proíbe a censura motivada por razões políticas ou ideológicas, e afirmou que o argumento de que a liberdade de expressão ameaça a democracia é “orwelliano e perigoso”. Além disso, ele posicionou a decisão como parte de um confronto global entre liberdade de expressão e censura.
Indicado por Donald Trump e reconduzido por Joe Biden, Carr, filiado ao Partido Republicano, é um defensor ferrenho da liberdade de expressão e das liberdades digitais. Suas declarações refletem a crescente preocupação internacional com as recentes ações do STF em relação ao controle das plataformas digitais no Brasil.
