O Ministério da Saúde confirmou, nesta segunda-feira (2), a falta de ao menos sete vacinas essenciais em Minas Gerais. Entre elas estão a tríplice viral, hepatite A, febre amarela, varicela (catapora), raiva em cultura celular/vero, meningocócica conjugada grupo C e ACWY. A declaração veio após denúncia da Associação Mineira de Municípios (AMM), que alertou para o risco de surtos devido ao desabastecimento.
Segundo o presidente da AMM, Marcus Vinicius, a falta de imunizantes, que já dura mais de três meses, ameaça o trabalho de décadas no combate a doenças como o sarampo. “Nosso calendário de vacinação virou um queijo suíço”, disse Vinicius.
O Ministério da Saúde atribuiu o problema a atrasos na distribuição e à escassez de suprimentos. A vacina contra varicela, por exemplo, só deve ser regularizada no primeiro semestre de 2025. Já a tríplice viral e a febre amarela têm previsão de restabelecimento até dezembro de 2024. Em relação à vacina meningocócica conjugada grupo C (Meningo C), a Funed, responsável pelo fornecimento, não cumpriu o cronograma de 2024, complicando o abastecimento.
O infectologista Leandro Curi destacou a importância de manter a vacinação em dia para evitar surtos de doenças. “A imunização protege tanto o indivíduo quanto a coletividade”, ressaltou.
Diante da crise, o Ministério anunciou medidas emergenciais, como aquisições internacionais e a liberação de vacinas já contratadas. Além disso, recomendou que os municípios façam campanhas de recuperação de vacinados assim que os estoques forem normalizados.
A previsão é que os problemas com vacinas, que afetam todo o país, sejam resolvidos progressivamente nos próximos meses, com foco na proteção da saúde pública.
