A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que o estado está enfrentando desabastecimento de vacinas em várias regiões, incluindo imunizantes para doenças graves como febre amarela, varicela (catapora), hepatite A e coqueluche. Esse cenário tem sido causado por atrasos no envio de remessas pelo Ministério da Saúde, deixando muitos postos de saúde sem condições de atender à demanda.
A situação é especialmente preocupante em cidades como Belo Horizonte e Contagem, onde pais têm enfrentado dificuldades para vacinar seus filhos contra doenças como a catapora. Eduardo Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, afirmou que o governo estadual tem tentado minimizar o impacto utilizando estoques emergenciais, mas os atrasos no envio de vacinas pelo governo federal persistem.
Riscos à saúde pública
Especialistas alertam para o risco de surtos de doenças que estavam sob controle devido à vacinação, como o sarampo e a poliomielite. O epidemiologista Leandro Curi destaca que a queda na cobertura vacinal pode aumentar a transmissão dessas doenças, resultando em um cenário de surtos.
A morte recente de um bebê em Poços de Caldas por coqueluche é um exemplo da gravidade da situação. Em 2024, o número de casos confirmados de coqueluche no estado saltou para 147, com 454 casos suspeitos. Essa doença, que pode ser prevenida com a vacinação das gestantes, também está na lista de imunizantes com estoque restrito.
Impacto e orientação
O subsecretário de Vigilância em Saúde reforça que os cidadãos que não encontrarem vacinas em seus postos de saúde devem procurar outras unidades ou informar as prefeituras, que podem solicitar redistribuição de doses. Embora o desabastecimento esteja afetando várias vacinas, o estado ainda se destaca nacionalmente em cobertura vacinal, com Minas Gerais acima da média nacional em 12 das 19 vacinas para crianças até dois anos.
Vacinas com estoque restrito em Minas Gerais:
- Varicela (catapora)
- Meningocócica C
- HPV
- DTPa acelular
- DTP
- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
Vacinas com atendimento parcial:
- Febre amarela
- Hepatite A
- Vacina oral contra a poliomielite (VOP)
Posição do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde reconheceu o desabastecimento de algumas vacinas, atribuindo o problema a dificuldades com fornecedores e questões de controle de qualidade. No entanto, a pasta afirma que medidas emergenciais estão sendo adotadas, com reabastecimento previsto para os próximos meses.
A crise no fornecimento de vacinas traz uma preocupação séria sobre o impacto na saúde pública, especialmente para as populações mais vulneráveis, como crianças e idosos, que dependem da imunização para proteção contra doenças graves.
