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Servidores do INSS ocupam gabinete da presidência em protesto contra portaria

Na quarta-feira (4/9), servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que aderiram à greve ocuparam o gabinete do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, em Brasília. A ocupação foi motivada pela publicação de uma portaria que determina o registro das ausências dos grevistas como “falta injustificada” a partir de 28 de agosto. A medida foi considerada uma violação do direito de greve, intensificando a mobilização dos trabalhadores.

A greve, que já dura cerca de um mês e meio, começou como resposta às demandas por reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho. Embora o governo federal tenha anunciado um acordo no final de agosto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), parte da categoria não reconheceu a legitimidade do acordo. O grupo de servidores que permanece em greve exige a revogação da portaria e a abertura de novas negociações com o governo federal.

Ocupação pacífica

A ocupação do gabinete ocorreu de forma pacífica, com os servidores aguardando uma resposta às suas demandas. De acordo com informações, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, chegou a passar pelo meio dos grevistas, que não reagiram de forma agressiva. Apesar do clima de tensão, a mobilização não gerou incidentes graves.

Em nota, o INSS reafirmou que não há justificativa para a continuidade da greve, uma vez que o acordo de reajuste salarial foi assinado no dia 28 de agosto. Segundo Stefanutto, o reajuste garantido aos servidores supera 27%, valor que ele destacou como significativo, especialmente após anos sem aumentos expressivos. “Este é o maior aumento em seis anos, considerando o período pós-governo Dilma. As negociações têm avançado, e os temas propostos pelas entidades estão sendo debatidos com seriedade”, afirmou.

Reivindicações e impasses

Os servidores que permanecem em greve afirmam que o reajuste salarial acordado não é suficiente para atender às demandas da categoria. Além disso, criticam a portaria que considera as ausências como faltas injustificadas, o que prejudica a relação dos servidores com o governo. O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social do Rio Grande do Sul (Sindiprev-RS) classificou a ação de Stefanutto como uma “traição” aos servidores.

Os grevistas também reivindicam a retomada das discussões sobre a carreira e o papel do técnico do Seguro Social, cargos que, segundo eles, têm enfrentado estagnação nas negociações. Apesar da continuidade da greve, o impacto nos serviços prestados pelo INSS tem sido relativamente pequeno, com uma redução de cerca de 3% a 4% no atendimento de perícias.

Futuro das negociações

Stefanutto indicou que o governo está aberto ao diálogo e que os principais temas de interesse da categoria já estão em negociação. No entanto, ele ressaltou que, uma vez assinado o acordo de greve, não há base legal para a continuidade de outra greve paralela. “A casa dos servidores é aqui, e eles permanecerão o tempo que precisarem. Mas o foco deve ser nos segurados, nas pessoas que dependem dos benefícios do INSS, que não podem ficar sem atendimento”, concluiu.

O impasse entre parte dos servidores e a presidência do INSS permanece sem resolução imediata, enquanto a mobilização dos grevistas continua a chamar atenção para suas demandas.


 

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