Um levantamento realizado pelo jornal O Estado de S.Paulo aponta um aumento expressivo no número de processos disciplinares abertos pela Controladoria-Geral da União (CGU) para apurar casos de “conduta de conotação sexual” na administração pública federal. Esse crescimento ocorre em meio às denúncias de assédio sexual, como as que envolvem o ex-ministro Silvio Almeida, do governo Lula.
Os dados mostram que, embora o governo de Jair Bolsonaro (PL) tenha registrado um número significativo de processos, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já apresenta uma tendência de superá-lo em menos tempo, indicando um novo recorde no curto prazo. Em dois anos de mandato, a gestão Lula já contabiliza 75 processos disciplinares nos ministérios e 764 em órgãos federais. Durante os quatro anos do governo Bolsonaro, foram 85 processos em ministérios e 822 em toda a administração pública.
No primeiro biênio de Bolsonaro, foram instaurados 361 processos, resultando em 299 conclusões e 140 responsabilizações. Entre 2019 e 2020, 50 pessoas foram expulsas do serviço público. Já no atual governo, das 75 ações abertas em ministérios, 37 foram concluídas, e apenas uma resultou na assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Em outros órgãos federais, dos 764 processos, 457 foram encerrados, com aproximadamente 265 TACs assinados e 11 expulsões.
A CGU destaca que os processos disciplinares para investigar condutas sexuais na administração pública são relativamente recentes. Até 2016, apenas 33 casos haviam sido registrados. A alta no número de processos começou no governo Michel Temer (MDB), que contabilizou 181 ações em dois anos, aumentando no governo Bolsonaro e agora acelerando sob Lula.
Com a atual escalada, a gestão Lula caminha para estabelecer um novo recorde no número de processos e responsabilizações por condutas de conotação sexual dentro da administração pública federal.