O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, faleceu nesta quarta-feira (12), aos 86 anos, em sua residência em Lima, após uma longa batalha contra um câncer de língua. Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000, havia sido libertado em dezembro de 2021, por meio de um indulto humanitário, após cumprir parte de sua pena de 25 anos por crimes contra a humanidade.
Seus filhos, Keiko, Hiro, Sachie e Kenji Fujimori, anunciaram a morte nas redes sociais, pedindo orações pelo descanso de sua alma. Fujimori enfrentava problemas de saúde há anos, incluindo um tumor no pulmão, hipertensão e complicações cardíacas, passando por diversas cirurgias ao longo de 27 anos de luta contra o câncer.
Fujimori ficou conhecido por promover um “autogolpe” em 1992, dissolvendo o Congresso e o poder judiciário, o que marcou seu governo autoritário. Durante seu mandato, foi responsabilizado pelos massacres de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992), nos quais 25 pessoas foram assassinadas como parte da repressão militar contra grupos insurgentes.
Sua trajetória política, marcada por reformas econômicas e o combate ao terrorismo, permanece controversa no Peru. O indulto que o libertou gerou forte oposição de organizações de direitos humanos e da justiça interamericana, que contestaram sua soltura, devido às graves violações de direitos cometidas durante seu governo.
Fujimori deixa um legado ambíguo: ao mesmo tempo em que conseguiu estabilizar a economia e enfraquecer grupos terroristas como o Sendero Luminoso, seu governo é lembrado pelas práticas autoritárias e crimes contra a humanidade.
