A Polícia Federal, com o apoio da Receita Federal, deflagrou a operação “Niflheim” nesta semana, visando desarticular três grupos criminosos que atuam no mercado de criptomoedas. Com mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos em Caxias do Sul (RS), São Paulo, Brasília e Fortaleza, a operação mobilizou 130 policiais e 20 servidores da Receita.
A investigação, iniciada em setembro de 2021, revelou que o esquema envolvia lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro nacional, envio de divisas ao exterior e organização criminosa. Entre os principais destinos dos recursos ilícitos estão Estados Unidos, Emirados Árabes, China e Hong Kong.
O esquema criminoso movimentou cerca de R$ 55 bilhões ao longo de três anos, utilizando empresas de fachada e criptoativos para dificultar o rastreamento dos valores. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 9 bilhões em contas bancárias e criptoativos, além da apreensão de imóveis e veículos.
A operação identificou que os grupos criminosos, baseados principalmente em Caxias do Sul e Orlando (EUA), podem ser considerados uma única organização.
Mandados foram expedidos para Caxias do Sul (5 prisões e 10 buscas), São Paulo (3 prisões e 4 buscas), Fortaleza (4 buscas) e Brasília (1 busca).
A operação Niflheim destaca a crescente utilização de criptomoedas em crimes financeiros, aproveitando a dificuldade de rastreamento dessas transações digitais, que são protegidas por criptografia e descentralizadas, tornando-as atrativas para o crime organizado.