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Aumento das mortes de indígenas, alagamentos, secas e queimas no Brasil: Lula tem muito o que explicar no G20

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará um cenário crítico na reunião do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. O Brasil vive atualmente uma série de crises ambientais intensificadas pelas mudanças climáticas, que vão desde incêndios florestais devastadores até enchentes que causaram milhares de desabrigados. Esses eventos colocam o país no centro das discussões globais sobre o meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Desde o início de seu mandato, em janeiro de 2023, Lula tem lidado com uma sequência de desastres ambientais. A crise nas terras indígenas Yanomami, as enchentes no Rio Grande do Sul e, mais recentemente, a pior seca em décadas na Amazônia e no Pantanal, são apenas algumas das tragédias que marcaram seu governo.

Em agosto de 2024, o Brasil registrou 68,3 mil focos de incêndio, um aumento de 144% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A seca severa, considerada a pior em 40 anos na Amazônia e 74 anos no Pantanal, combinada com desmatamento e queimadas ilegais, agravou a situação. A fumaça das queimadas cobriu até 60% do território brasileiro, afetando a qualidade do ar e criando problemas de saúde pública em diversas regiões.

Com a reunião do G20 prestes a ocorrer, o governo brasileiro enfrenta pressão internacional para apresentar soluções concretas. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem tentado implementar uma política climática, mas enfrenta perda de autoridade. Fato que levou o governo a anunciar a criação de outra autoridade climática, na última semana.

Outro grande desafio enfrentado pelo governo foi a série de enchentes que devastou o Rio Grande do Sul em abril de 2024. Chuvas intensas causaram alagamentos em várias cidades, deixando cerca de 600 mil pessoas desalojadas e 200 mortos. As ações do governo federal, para auxiliar na recuperação, a resposta inicial foi criticada por sua lentidão.

O governo federal destinou R$ 100 bilhões para ações emergenciais e reconstrução no estado, incluindo auxílio para famílias, antecipação de benefícios e linhas de crédito para empresas afetadas, o que representa uma pequena fração do valor anunciado.

Mortes de Yanomami crescem quase 6%

Em 2023, o Ministério da Saúde registrou 363 mortes de indígenas em território Yanomami, crescimento de quase 6% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 343 óbitos.

No início de seu mandato, Lula se deparou com a crise na Terra Indígena Yanomami, onde centenas de indígenas estavam morrendo de fome e doenças provocadas pela invasão de garimpeiros ilegais. As cenas de desnutrição e abandono chocaram o país e o mundo, levando o governo a decretar emergência na região. A atuação do garimpo ilegal não só destruiu a floresta, mas também contaminou rios com mercúrio, aprofundando a crise ambiental.

O cenário, no entanto só piorou, e o governo passou o omitir as informações.

A última atualização do boletim Missão Yanomami, que reúne dados sobre a saúde da etnia, foi realizada há 5 meses, em 22 de fevereiro, com informações de 2023. Nenhum dado de 2024 foi divulgado.

Autoridade Climática e Respostas do Governo

Em resposta à escalada das crises, o governo Lula anunciou a criação de uma Autoridade Climática por meio de uma Medida Provisória. O objetivo é estruturar políticas públicas que enfrentem as consequências das mudanças climáticas, acelerando ações de prevenção e adaptação.

O Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou que o governo federal apresente um plano de prevenção às queimadas e reforço no combate aos incêndios florestais, com uma audiência marcada para o próximo dia 19 para avaliar o progresso.

Desafios no G20

Com o Brasil na presidência do G20, Lula terá que responder a perguntas sobre a atual tragédia climática. O país, que sofre com os extremos de seca e enchentes, precisa articular políticas públicas que protejam o meio ambiente e impulsionem o desenvolvimento sustentável.


 

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