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Queimadas consomem 10,5 milhões de hectares no Brasil em 2024

O Brasil enfrentou um cenário devastador entre janeiro e agosto de 2024, com 11,39 milhões de hectares consumidos por queimadas, o equivalente a 10,5 milhões de estádios de futebol. Segundo o Monitor do Fogo MapBiomas, divulgado em 12 de setembro, as queimadas atingiram todos os biomas brasileiros, com a Amazônia sendo a mais afetada, perdendo 5,4 milhões de hectares para o fogo.

As mudanças climáticas e o fenômeno El Niño intensificaram os incêndios, conforme explica o geólogo Marco Moraes. O El Niño, que aquece as águas do Pacífico, contribui para o aumento da temperatura global. Em 2023-2024, o fenômeno registrou uma elevação de até 2°C, agravando a seca e a propagação do fogo no Brasil.

A situação é especialmente crítica na Amazônia, onde o desmatamento ilegal e a prática de queimadas para renovação de pastagens têm alimentado os incêndios. As consequências incluem destruição da vegetação nativa, morte de animais, crise hídrica e prejuízos à qualidade de vida das populações locais. Porto Velho, por exemplo, sofre com a baixa do rio Madeira, cujo nível atingiu apenas 0,96 metros, um recorde negativo em 60 anos.

A degradação da Amazônia traz o temor da savanização, processo que transforma florestas tropicais em áreas áridas. Especialistas alertam que, se 80% da floresta não for preservada, o bioma pode perder sua capacidade de regeneração, afetando o clima e a produção agrícola em todo o país. Estudo publicado na revista Nature aponta que o ponto crítico de savanização pode ser atingido até 2050.

As queimadas também intensificam o efeito estufa, conforme explica Fernanda Raggi, professora de biologia do UniBH. O aumento na emissão de dióxido de carbono eleva a temperatura da atmosfera, agravando as metas climáticas do Brasil e comprometendo os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.

Diante da gravidade da situação, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o governo federal a emitir créditos extraordinários fora da meta fiscal para o combate aos incêndios. A medida permite a ampliação dos gastos com brigadistas e outras ações emergenciais, sem impacto nos balanços financeiros do governo. Além disso, Dino determinou o aumento das investigações de incêndios criminosos na Amazônia e no Pantanal.

O Brasil, com 60% de seu território em chamas, vive um momento crítico, e a autorização do STF pode fornecer os recursos necessários para enfrentar essa emergência ambiental, que ameaça a biodiversidade e o futuro sustentável do país.


 

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