Mais de 86% dos municípios brasileiros estão em risco elevado de surto de sarampo, conforme dados apresentados nesta quarta-feira (18) na 26ª Jornada Nacional de Imunizações, realizada em Recife (PE). Ao todo, 4.587 cidades foram classificadas como de risco alto e 225 de risco muito alto para a doença. Apenas quatro municípios foram considerados de baixo risco.
A coordenadora de Imunização da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Flávia Cardoso, destacou que o Brasil havia sido certificado como livre do sarampo em 2016, mas perdeu o status em 2019 devido à reintrodução do vírus. Em 2023, o país é considerado pendente de reverificação, e enfrenta desafios para restabelecer o controle.
A Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação do Sarampo e Rubéola recomendou maior sensibilidade na identificação de casos suspeitos e pediu que o Brasil apresente dados detalhados sobre amostras de pacientes com sintomas de febre e exantema. Estados como Rio de Janeiro, Amapá, Pará e Roraima foram apontados como os mais preocupantes.
A comissão também sugeriu ações rápidas para casos suspeitos e a vacinação de atletas, semelhante ao que foi feito para os Jogos Olímpicos de Paris. Além disso, recomendou buscas ativas integradas de sarampo, rubéola e poliomielite, visando fortalecer a vigilância em nível municipal.
A melhora na cobertura vacinal é fundamental para controlar o avanço do sarampo, cuja propagação ameaça a saúde pública no Brasil.
