O Banco de Tecidos Oculares (BTOC) do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, realizou uma roda de conversa na terça-feira (17/9) como parte da campanha Setembro Verde, que promove a conscientização sobre a doação de órgãos. O evento reuniu transplantados, profissionais de saúde e especialistas em transplantes da Região Metropolitana de Belo Horizonte e do interior de Minas Gerais.
A roda de conversa destacou o papel essencial de cada etapa do processo de doação de córneas, desde a identificação dos doadores até o transplante e o pós-operatório. Segundo Priscila Cunha, oftalmologista responsável pelo Banco de Olhos do João XXIII, “o papel de cada um importa no processo de transplantes”.
Durante o evento, Paulo Lener, coordenador do Núcleo de Tecidos Oculares do MG Transplantes, apresentou dados sobre as doações de córneas e discutiu estratégias para reduzir a fila de espera por transplantes. Ele destacou a necessidade de reestruturar as CIHDOTT’s, equipes responsáveis pela captação de doadores, afetadas pela pandemia.
Cristina Matias, uma das participantes transplantadas, compartilhou sua experiência e emocionou ao relatar como o transplante de córneas transformou sua vida. “Eles me deram a possibilidade de enxergar. A transformação da dor em amor é algo incrível”, afirmou.
A coordenadora do BTOC, Deborha Pereira Silva, ressaltou que ações como essa são fundamentais para sensibilizar a população sobre a importância da doação de córneas, que pode restaurar a visão em mais de 90% dos casos.
Minas Gerais conta com três bancos de tecidos oculares: no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, no Hospital Regional João Penido, em Juiz de Fora, e no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia.