O Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, atingindo 10,75% ao ano, de acordo com o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado nesta quarta-feira, 18 de setembro. O aumento foi justificado pela necessidade de alinhar a inflação ao redor da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para 2024.
A alta foi motivada pela resiliência da atividade econômica, pressões no mercado de trabalho e o hiato do produto positivo, que indica uma demanda superior à capacidade produtiva da economia. Além disso, as projeções de inflação foram ajustadas para cima, e as expectativas para o futuro da inflação estão desancoradas, reforçando a necessidade de uma política monetária mais restritiva.
O comunicado do Copom ressaltou que a decisão também visa suavizar as flutuações econômicas e fomentar o pleno emprego. No entanto, o ritmo de futuros ajustes da Selic dependerá de como a inflação evolui, principalmente nos setores mais sensíveis à atividade econômica.
O aumento da Selic encarece o crédito, o que deve desestimular o consumo e a produção, ajudando a controlar a inflação. No entanto, isso pode desacelerar o crescimento econômico. O Banco Central espera que o IPCA, indicador oficial da inflação, termine 2024 em 4,3%, enquanto o mercado projeta uma inflação de 4,35% para este ano.
O impacto do aumento dos juros sobre o crescimento econômico também foi mencionado, com o BC projetando um crescimento de 2,3% do PIB em 2024, enquanto o mercado espera uma expansão de 2,96%.
