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Cientista político afirma: “Brasil vive um golpe em câmera lenta”

O cientista político Paulo Kramer, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, expressou sua visão crítica sobre o cenário político atual do Brasil, especialmente em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Kramer, o país está atravessando um processo de golpe “em câmera lenta”, liderado pelo protagonismo excessivo da Suprema Corte. Para ele, o STF se tornou uma entidade que, na prática, exerce poderes acima de sua competência constitucional.

Kramer aponta que o STF tem tomado decisões monocráticas e inconstitucionais, assumindo uma posição de autoridade absoluta que não seria reconhecida pela Constituição. “Hoje o Supremo pode tudo, porque os outros Poderes acham que ele pode tudo”, declarou. Ele argumenta que essa situação deriva da fragilidade dos demais poderes em confrontar as decisões da Corte.

Ego e poder moderado

O cientista político também critica o que chama de “ego” exacerbado nas autoridades públicas brasileiras. Segundo ele, muitas vezes, quem assume posições de poder acaba se considerando maior do que o próprio cargo. Para Kramer, essa atitude é um reflexo do patrimonialismo profundamente enraizado na cultura política do país.

Ele também discute o conceito de “Poder Moderador”, destacando que essa figura, oficialmente existente durante o Império, não está prevista na Constituição republicana. Contudo, segundo ele, o STF, e especialmente o ministro Alexandre de Moraes, tem sido visto por parte da esquerda como uma espécie de “poder providencial”, algo que, para Kramer, ameaça a harmonia entre os poderes da República.

Ponto de virada

Kramer acredita que o Brasil está em um ponto crítico, com a população começando a perceber a extensão do poder exercido pelo STF. Para ele, a solução para a crise política passa pela reorganização e ação da sociedade civil, sem depender de figuras externas ou “forças providenciais”. Ele defende o retorno do STF ao seu “quadrado constitucional”, para restaurar o equilíbrio entre os poderes.


 

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