O Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), negou que desavenças com deputados da Assembleia Legislativa relacionadas às forças de segurança tenham influenciado a saída do Coronel Rodrigo Piassi do cargo de comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais. Em entrevista durante uma agenda em Belo Horizonte nesta segunda-feira (23), Zema elogiou o desempenho de Piassi, afirmando que a mudança é um ciclo natural na PM.
“Nós estamos fazendo agora essa troca, substituindo o comando da PM, num tempo que sempre foi normal, cerca de dois anos. Eu só tenho a elogiar o desempenho do Coronel Piassi, que contribuiu muito”, declarou o governador. Zema classificou a mudança como uma “troca meramente técnica” e destacou a qualificação dos coronéis que atuam na corporação.
Com a substituição, o Coronel Carlos Frederico Otoni Garcia assume o posto de Piassi, deixando o cargo de chefe do Gabinete Militar do Governador e a coordenação estadual de Defesa Civil. O coronel Maurício José de Oliveira, ex-corregedor-chefe, ocupará a função de chefe do Estado-Maior da PMMG.
No entanto, a troca de comando ocorre em um contexto de tensões entre Piassi e deputados estaduais, especialmente Sargento Rodrigues (PL) e Cristiano Caporezzo (PL), na Comissão de Segurança Pública. As críticas se intensificaram em relação a questões salariais, com os parlamentares alegando que Piassi era muito próximo a Zema e distante da tropa.
Os deputados têm cobrado um reajuste salarial de 41% para os militares, sendo que Zema apresentou um plano de pagamento em três parcelas, mas apenas cumpriu a primeira, citando problemas orçamentários. Além disso, Caporezzo chegou a acionar o Ministério Público contra Piassi, alegando abuso de poder após uma discussão na comissão, onde o comandante teria exposto seu histórico na PM.
Zema deve anunciar novos nomes para cargos na PM ainda esta semana, enquanto as tensões entre os deputados e a corporação permanecem no centro do debate.
