PF desarticula quadrilha de hackers que roubava dados do INSS em operação nacional

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (26/09), a “Operação Mercado de Dados”, voltada ao combate a uma organização criminosa que hackeava o sistema do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para obter e vender dados de beneficiários. Foram cumpridos 17 mandados de prisão preventiva e 29 de busca e apreensão em oito estados brasileiros, incluindo Minas Gerais, além do Distrito Federal.

Segundo as investigações, o grupo criminoso, composto por hackers e servidores do próprio INSS, acessava ilegalmente o banco de dados do órgão, comercializando as informações para terceiros. Os dados dos beneficiários eram usados em golpes como a contratação indevida de empréstimos consignados e saques irregulares de benefícios previdenciários.

A PF revelou que a quadrilha tinha auxílio de três servidores e um estagiário do INSS, que vendiam suas credenciais de acesso, facilitando as invasões no sistema. As investigações apontam que a venda das informações permitia a aplicação de uma série de fraudes, que atingiam diretamente os segurados do INSS.

A operação, coordenada pela 4ª Vara Criminal Federal de Cascavel/PR, também resultou no sequestro de 24 imóveis pertencentes aos integrantes da quadrilha e no bloqueio de saldos em contas bancárias, totalizando um valor de até R$ 34 milhões. A Justiça determinou essas medidas para assegurar a recuperação de parte dos prejuízos gerados pelas fraudes.

Os envolvidos poderão ser indiciados por crimes como organização criminosa, corrupção, invasão de dispositivos informáticos, violação de sigilo funcional, obtenção e comercialização de dados sigilosos e lavagem de dinheiro.

A operação reforça o esforço da Polícia Federal em coibir fraudes que prejudicam diretamente os beneficiários do sistema previdenciário brasileiro e que envolvem grandes somas de dinheiro. A PF também alerta para a importância de os cidadãos estarem atentos a golpes financeiros e, sempre que possível, verificarem suas informações junto ao INSS para identificar atividades suspeitas.