Um bebê de um mês, residente na região do Barreiro, em Belo Horizonte, faleceu em decorrência de coqueluche na quarta-feira (2). A prefeitura confirmou o óbito nesta sexta-feira (4), destacando que, em 2024, já foram registrados 160 casos da doença na capital. Este é o segundo óbito por coqueluche em Minas Gerais neste ano, após um período de dois anos sem mortes.
A primeira morte registrada foi em 19 de julho, quando um bebê de um mês e 23 dias, de Poços de Caldas, no Sul de Minas, também perdeu a vida por causa da doença. Até 21 de setembro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) notificou 205 casos de infecção no estado.
O professor Unaí Tupinambás, da Faculdade de Medicina da UFMG, destacou que a situação da coqueluche é alarmante, uma vez que se trata de uma doença prevenível. Segundo ele, a infecção pode afetar qualquer pessoa, mas a evolução grave é mais comum em crianças.
A cobertura vacinal contra a coqueluche em Belo Horizonte está aquém do ideal. Entre crianças menores de um ano, a taxa é de apenas 68,2%, e para crianças com 15 meses e 4 anos, as coberturas são de 59,7% e 60,4%, respectivamente. O Ministério da Saúde recomenda que essa cobertura esteja acima de 95%.
Como resposta à crescente incidência da doença, a prefeitura ampliou a oferta da vacina para grupos específicos desde junho, incluindo profissionais de saúde e trabalhadores de creches. A vacina está disponível gratuitamente nos centros de saúde da capital.
Tupinambás enfatiza a importância da vacinação, especialmente para gestantes a partir da 20ª semana de gestação, já que isso pode transmitir anticorpos ao bebê. Ele recomenda que, mesmo com o esquema vacinal completo, seja administrada uma dose adicional de reforço.
A coqueluche é uma doença respiratória altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis, e se espalha por gotículas de saliva, principalmente entre indivíduos não vacinados.
