Em um referendo popular realizado durante as eleições municipais deste domingo (6 de outubro), a população de Belo Horizonte decidiu, de forma expressiva, não alterar a bandeira da cidade. Com 84,29% dos votos, mais de 1 milhão de eleitores se posicionaram contra a mudança, enquanto cerca de 196,9 mil optaram por adotar o novo design.
A proposta de alteração, que havia sido aprovada pela Câmara Municipal em agosto do ano passado, apresentava um novo modelo de bandeira que representava o nascer do sol atrás da Serra do Curral. Este design, que substituiria a atual bandeira, foi concebido pelo designer gráfico Gabriel Figueiredo e consistia em um retângulo cortado diagonalmente, com a parte inferior em verde, simbolizando a serra, e a superior em azul, representando o céu, com um sol de oito pontas ao centro.
A atual bandeira, que exibe apenas o brasão da cidade sobre um fundo branco, foi instituída em 1995 e não conta com uma representação específica. O vereador Gabriel Azevedo (MDB), que presidiu a Câmara Municipal, promulgou a lei que permitia a mudança, embora o prefeito Fuad Noman (PSD) não tenha sancionado a alteração a tempo.
A proposta enfrentou opiniões divididas entre os cidadãos. Enquanto alguns, como a aposentada Nivia Maria Gaspar, consideraram a mudança desnecessária e um desperdício de recursos, outros, como o técnico em automação Gabriel Victor, veem a nova bandeira como uma oportunidade de modernizar a imagem da cidade.
O custo imediato para a troca da bandeira seria entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, valor considerado baixo em comparação com as prioridades de investimento em saúde, educação e segurança, segundo críticos da proposta.
Além de Belo Horizonte, referendos e plebiscitos ocorreram em outras cidades, como São Luís (MA) e Governador Edison Lobão (MA), mas apenas na capital mineira a população foi chamada a decidir sobre a bandeira. A decisão reflete o desejo da população em manter um símbolo que representa a história e a identidade da cidade.
