A projeção de que Bruno Engler (PL) receberá mais de 90% dos votos de Mauro Tramonte (Republicanos) no segundo turno das eleições para a Prefeitura de Belo Horizonte é vista como um fator decisivo para a vitória de Engler, segundo o cientista político Márcio Coimbra. Tramonte, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno com cerca de 193 mil votos (26,54%), é apontado como o chave para definir a disputa entre Engler, que obteve 34,38%, e o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que teve 26,54%.
Para Coimbra, a aliança entre Republicanos e PL é praticamente certa, uma vez que o eleitorado de Tramonte tem um forte componente ideológico, fortemente influenciado pela Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). “Os eleitores do Republicanos seguem as orientações da igreja, então esse voto é muito homogêneo”, explica o cientista político. Ele aponta que essa transferência de votos é crucial para a campanha de Engler, e que os dois partidos já têm uma proximidade estratégica, citando o exemplo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que foi alocado no Republicanos apesar de ser apoiado pelo PL
Coimbra também comenta que a disputa entre Engler, de 26 anos, e Fuad Noman, de 77, reflete o desejo de renovação da população. “Trata-se de uma eleição muito mais voltada para a renovação do que para velhas lideranças”, afirma. Segundo ele, a juventude de Engler, aliada ao apoio de lideranças conservadoras como o deputado federal Nikolas Ferreira, dá vantagem ao candidato do PL, embora o especialista destaque que o apoio de Tramonte será o mais relevante no segundo turno.
Gilberto Abramo, presidente estadual do Republicanos e bispo da Iurd, afirmou que uma reunião da executiva do partido será realizada para definir o posicionamento no segundo turno. Mauro Tramonte ainda não se manifestou publicamente após o resultado.