Na corrida pela prefeitura de Belo Horizonte, a matemática eleitoral trouxe uma estranha sensação de derrota para diversos candidatos, incluindo o ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos). Embora não tenha concorrido, Kalil viu seu apoio a Mauro Tramonte (Republicanos) resultar em um desfecho inesperado: Tramonte, que antes liderava as pesquisas, terminou a disputa em terceiro lugar, com apenas 15,15% dos votos, e ficou fora do segundo turno, que será disputado por Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD).
O cientista político Malco Camargos, da PUC Minas, analisa que Kalil é um dos derrotados neste primeiro turno. “Se Tramonte tivesse vencido, Zema teria uma vitória política. Como perdeu, e Zema não se destacou na campanha, o governador não sofre impacto”, explica. A perda, portanto, recai sobre Kalil, que decidiu apoiar um candidato diferente ao invés de apoiar Fuad Noman, seu ex-vice-prefeito.
Kalil e Zema, adversários históricos, uniram forças em um momento estratégico, mas a escolha de apoiar Tramonte não se concretizou em vitória. A estratégia de Kalil parecia voltada a fortalecer sua imagem para uma possível candidatura ao governo de Minas em 2026.
A tentativa de reforçar sua posição política não se traduziu em sucesso nas urnas, e a eleição revelou as contradições nas alianças formadas por Kalil. O ex-prefeito não retornou os contatos da imprensa após a divulgação dos resultados, mas a situação abre um novo capítulo em sua trajetória política.