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O poder da palavra: cuidado com o que fala e ouve

Eu poderia escrever sobre política, assunto sempre muito conturbado e motivo de ódio e rompimentos entre pessoas, ainda mais no Brasil polarizado atual. Mas resolvi refletir sobre algo mais útil: o poder que nossas palavras (e as dos outros) têm ao serem pronunciadas, ou mesmo escritas ou pensadas, ainda mais se repetidamente. Tem a ver com condicionar nosso subconsciente, nossa “caixinha preta” a que não temos acesso através da razão, mas muitas vezes em sonhos e na terapia, por exemplo. E tem a ver com o poder intrínseco que as palavras possuem, histórica e factualmente, o que engloba desde o campo místico até a racionalidade aplicada ao comportamento humano. Por isso, tome muito cuidado com as palavras boas ou ruins, positivas ou negativas que utilizar, principalmente pronunciar, e ouvir.

O que você acha que não afeta você pode afetar em níveis bastante significativos e até traumáticos no seu subconsciente.

É claro que esse conteúdo pode parecer coisa pouco aprazível para muitos, de “pensamento positivo”, “positividade tóxica”, “Lei da Atração”. Mas esse não é meu ponto. Ou não quero que seja. O fato é que ações repetidas se tornam hábitos, assim como palavras ou declarações repetidas se tornam ações e convicções. Podem atrair coisas boas ou ruins.

São bem antigas as técnicas de repetir palavras, ou mesmo ouvi-las repetidamente, mesmo enquanto se dorme, para fixá-las no subconsciente. A palavra humana é especialmente poderosa quando pronunciada em voz alta. No campo das artes mágicas, acredite você nelas ou não, é a pronúncia que invoca os entes superiores, mais ainda que o pensamento. “Abracadabra!” Ou o louvor cantado a um Deus, ou a liturgia de uma religião que lê seu credo.

Não sou religiosa, mas cristã (cristianismo não exige religião, a primeira foi criada pelo imperador romano Constantino, a Igreja Católica Apostólica Romana). E, mesmo que não fosse cristã, creio que valha a pena citar estas palavras do sábio livro de Provérbios de Salomão: “A morte e a vida estão no poder da língua; quem bem a utiliza come do seu fruto” (Pv 18, 21). Ainda em Provérbios, capítulo 25, verso 15, lemos que “a língua branda esmaga os ossos” (ou seja, tem muito poder contra o ódio e forças negativas, e em relação a outras pessoas, podendo-lhe “esmagar os ossos” de tanto que as influencia). Outra citação: “A língua dos sábios adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama a estultícia” (Pv 15, 2). Pessoas sábias cultivam palavras sábias. Já no Salmo 34, verso 13, o sábio rei Davi aconselha: “Refreia língua do mal e os lábios de falarem dolosamente”. Esta é só uma breve visão bíblica, mas firmada em dois reis sábios, pai e filho: Davi e Salomão. Inclusive, a Bíblia Sagrada menciona em João capítulo 1, verso 1, que: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.

Não importa aqui tanto se você acredita em Deus. O que importa é que, racional e metafisicamente, a língua humana (palavra) tem muito poder. Há o poder de amaldiçoar ou de abençoar. Antigamente (e ainda hoje, em certas religiões ou costumes, notadamente no Oriente), era de praxe que os pais, no leito de morte, abençoassem seus filhos (ou eles estariam amaldiçoados e “ferrados”). Alguns pais amaldiçoaram seus filhos por desobediência, como Noé a Cão ou Cam: seria servo da descendência de seus irmãos. E quem não vai pedir a bênção de um padre, papa ou, de forma mais científica, de um tutor ou inspirador, que seria uma aprovação sumária? E a bênção dos pais para um casamento? Abençoar alguém pode ser ritualístico, ou apenas utilizar palavras que atraiam o Bem e dissipem o Mal.

Mas vamos terminar utilizando mais Ciência. A Ciência, basicamente, estuda a causa das coisas, o porquê de elas acontecerem, a partir da Lei da Causalidade (apregoada já por Aristóteles). Tudo tem uma causa. Uma das causas podem ser palavras proferidas que provocaram traumas ou, ao contrário, bênção ou conquistas a alguém. Há palavras que nos foram ditas que nunca esquecemos, seja para o bem ou para o mal, e algumas podem estar no nosso subconsciente justificando várias atitudes nossas. Palavras pronunciadas são ainda mais determinantes: mostram-se mais poderosas e assim o foram ao longo da História, antes da nossa Era Digital de escrever nas telas (e falar através delas). Palavras “jogadas ao Universo” têm frequências específicas, dependendo de quem as disse e de quem as ouviu. Palavras carregam energias, porque tudo, absolutamente tudo no Universo é energia (Segunda Lei da Termodinâmica). Isso tem tudo a ver com a lei mais moderna da Física, a Teoria das Cordas, em que tudo é constituído por cordas vibrantes com frequências diferentes, e essas frequências vibratórias diferentes fazem as coisas ser como são. A palavra pronunciada emite frequências, mesmo na música. E até a música clássica, sem palavras, emite frequências que, comprovadamente, aumentam a capacidade de raciocínio, concentração e podem nos tocar na alma.

Então, se você quer começar a ter uma vida mais pacífica, vitoriosa e resiliente, comece a cuidar com as palavras que fala ou escreve, e que diz a outras pessoas, nas redes sociais, assim como seus pensamentos sobre si mesmo. Não estou falando necessariamente de mantras. É decisão escolher bem as palavras que utilizamos, e que sejam, na medida do possível, boas, úteis e benéficas a alguém ou a nós mesmos. Claro, isso não é o mundo de Pollyanna, para quem tudo sempre era feliz e estava bem, e ela nunca reclamava de nada. É só um conselho para que nos esforcemos no sentido de transmitir, e assim atrair, coisas e pessoas boas. É lei de ação e reação, de plantar e colher. Palavras brandas amenizam o furor, palavras convictas trazem fé, foco e força, ao passo que palavras bondosas, compreensivas ou sábias podem mudar o destino de alguém ou o nosso.

Dito isso, todos nós sabemos que palavras não bastam. Precisamos de ações. Mas, como mencionado, as ações tendem a começar em palavras, pensadas, escritas ou pronunciadas. Muitas delas rondam nosso subconsciente, influíram em você, positiva ou negativamente, mais do que racionalmente pode conceber. Rodeie-se de palavras boas e de pessoas com palavras boas. Como diz o ditado: “O que nos rodeia acaba vencendo”.


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