O Ministro da Defesa, José Múcio, expressou sérias preocupações em relação ao orçamento do setor durante sua participação em uma sessão da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados na quarta-feira, 17. Ele destacou sua insatisfação com um corte orçamentário de R$ 280 milhões, enfatizando que a Defesa não pode ser tratada com improvisação.
“Estamos quase ficando com marinheiros sem navios, aviadores sem aviões e soldados sem equipamentos”, declarou Múcio, manifestando temores sobre a precariedade das condições caso os recursos não sejam apropriados. Ele sublinhou que a Defesa é uma questão de interesse nacional e não deve ser sujeita a ideologias. “Somos colaboradores, servidores do governo”, acrescentou.
O Ministro ressaltou a disparidade entre os investimentos do Brasil em defesa em comparação com a média global. Enquanto o Brasil investe cerca de 1,1% do PIB na Defesa, a média mundial é de 2,3% do PIB. Ele citou exemplos de países vizinhos, como Colômbia, Equador e Uruguai, que dedicam uma proporção maior de seus PIBs para defesa.
Ao solicitar mais investimentos, Múcio reconheceu as limitações financeiras do país, reconhecendo que a priorização da Defesa pode ser mal interpretada. No entanto, ele argumentou que a falta de uma previsão orçamentária estável compromete a capacidade operacional das Forças Armadas.
“Todas as aquisições de equipamentos para Defesa são muito dispendiosas, mas são fundamentais para um país do tamanho do Brasil”, defendeu o Ministro, destacando a importância de manter uma força de defesa eficaz e respeitada em um mundo cada vez mais armado.
Durante sua apresentação na comissão da Câmara, José Múcio também mencionou exemplos de equipamentos necessários para a Defesa, como submarinos, cujo preço pode chegar a € 500 milhões (cerca de R$ 2,7 bilhões). Ele estava acompanhado pelos líderes das Forças Armadas, em um momento crucial para chamar a atenção para as necessidades e desafios enfrentados pelo setor de Defesa do país. As informações são da Revista Oeste.
