A Advocacia-Geral da União (AGU) está buscando bloquear o acordo entre o presidente Lula e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em relação à impagável dívida de Minas Gerais e outros estados com o governo federal. O órgão federal recorreu da decisão do ministro Nunes Marques, do STF, que concedeu uma extensão de 90 dias nos prazos solicitados por Minas, enquanto a AGU foi contra a prorrogação.
A atuação da AGU parece visar a atrapalhar as negociações, ressaltando uma forte questão política em torno do desejo de Lula de atender aos apelos e à influência de Pacheco, um aliado estratégico do governo no Congresso.
Do ponto de vista técnico, a questão da dívida dos estados é uma demanda urgente que precisa ser tratada com responsabilidade pelos governos, pois tem impactado o crescimento dos estados e do país como um todo.
Além da AGU, alguns setores da área econômica federal demonstram resistência em relação ao governo mineiro, particularmente à gestão de Zema, que não pagou nenhum valor da dívida nos últimos seis anos e é tratado com desdém.
No entanto, o desfecho dessa questão provavelmente será determinado pelo que for acertado entre Pacheco e Lula, com o aval de Zema e do presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite.
Pacheco está avançando em suas propostas e explorando alternativas, inclusive buscando outras formas de negociação com Tadeu Leite além da federalização das estatais. Minas é o único estado que possui ativos significativos, como estatais, para oferecer.
Ao final, outros estados, incluindo Minas, poderão se beneficiar de um programa semelhante a um Refis, com redução de juros e correção monetária, além de generosos descontos e a alteração do indexador da dívida.
Enquanto isso, para ouvir demandas e resolver insatisfações, o secretário de Governo, Gustavo Valadares, realizou uma visita à Assembleia Legislativa, buscando garantir o apoio necessário para a manutenção dos vetos do governador Zema.
