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André Mendonça reage à fala de Gilmar Mendes sobre ‘narco milícia evangélica’

As declarações de Gilmar Mendes foram proferidas em uma entrevista à GloboNews na segunda-feira (11)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, evangélico, manifestou-se nesta quarta-feira (13) após declarações de seu colega, Gilmar Mendes, sobre uma suposta “narco milícia evangélica” atuante no Rio de Janeiro. Mendonça, que é membro da comunidade evangélica, afirmou ter procurado Mendes para esclarecimentos, ressaltando o interesse do segmento religioso em elucidar os fatos.

As declarações de Gilmar Mendes foram proferidas em uma entrevista à GloboNews na segunda-feira (11), onde ele mencionou um suposto acordo entre narcotraficantes e milicianos associados a uma rede evangélica na cidade do Rio de Janeiro.

Diante da repercussão, Mendonça divulgou uma nota nesta quarta-feira, expressando preocupação com a generalização da fala, classificando-a como grave, discriminatória e preconceituosa. Ele ressaltou que os evangélicos constituem um terço da população brasileira e se dedicam a prevenir e retirar pessoas do mundo do crime, especialmente relacionado ao tráfico de drogas.

Além disso, Mendonça solicitou investigação sobre indivíduos que se dizem evangélicos e estão envolvidos em condutas criminosas. Ele afirmou que o segmento evangélico é o mais interessado na apuração desses fatos e que qualquer ilicitude deve ser responsabilizada independentemente da religião professada.

A nota divulgada pelo ministro reflete sua preocupação com a gravidade das acusações feitas e reforça o compromisso do segmento evangélico com a prevenção e combate ao crime, além do respeito pela comunidade religiosa.

Leia a íntegra da nota:

A partir de relato trazido pelo Ministro Gilmar Mendes, foi noticiado pela imprensa que, em reunião havida no STF, um dos oradores presentes teria dito que havia uma ‘narco-milícia evangélica’ que atuaria no Rio de Janeiro, e que ‘haveria um acordo entre narcotraficantes, milicianos e pertencentes a uma rede evangélica ou integradas a uma rede evangélica’.

Sobre o que teria sido dito na referida reunião técnica, importa-me trazer algumas considerações.

Primeiramente, registro que conversei com o Ministro Gilmar Mendes sobre o ocorrido. Na ocasião, sua Excelência reafirmou-me (i) seu respeito à comunidade evangélica, (ii) que de sua parte não houve qualquer intenção em constranger seus membros e (iii) que estaria à disposição da liderança da Igreja para conversar e esclarecer o assunto.

Em segundo lugar, importa anotar o grau de generalidade que teria sido dado pelo orador presente em referida reunião (‘narco-milícia evangélica’ ou ‘rede evangélica’). Se isso ocorreu, trata-se de fala grave, discriminatória e preconceituosa, pois dirigida a uma comunidade religiosa em geral. De outra parte, posso afirmar, com muita segurança, que se há uma rede evangélica neste país, ela é composta por mais de 1/3 da população, a qual se dedica sistematicamente a prevenir a entrada ou retirar pessoas do mundo do crime, em especial aqueles relacionados ao tráfico e uso de drogas, que tanto sofrimento causam às famílias brasileiras. Além disso, consigno que a atuação dos evangélicos (assim como a de outras representações religiosas) nas comunidades e nas periferias deste país reconhecidamente está vinculada a obras sociais, mitigando a ausência do Estado e lacunas históricas do poder público em temas relacionados à educação, cultura e saúde, dentre outros.

Em terceiro lugar, se pessoas que se dizem ou se fazem passar por evangélicas estão envolvidas nesse tipo de conduta criminosa, afirmo, com total segurança, que o segmento evangélico é o maior interessado na apuração desses fatos. Assim, as pessoas e autoridades que têm conhecimento a respeito da prática dos referidos crimes devem dar o devido encaminhamento ao assunto. Espera-se, assim, que eventuais condutas ilícitas dessa natureza sejam objeto de responsabilização, independente da religião professada de forma hipócrita falsa e oportunista por quem quer que seja.

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