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Inflação na Argentina cai para um dígito em abril, reduzindo pressão sobre Milei

A inflação na Argentina desacelerou para 8,8% em abril, marcando a primeira vez desde outubro passado que o índice fica em um dígito, uma vitória significativa para o presidente Javier Milei. Esse dado foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) na terça-feira (14).

Milei, que assumiu a presidência em um momento de alta inflação, com um pico de 25,5% em dezembro, tem promovido um rigoroso ajuste fiscal. A inflação mensal tem mostrado uma trajetória de queda: 20,6% em janeiro, 13,2% em fevereiro e 11% em março. A redução da inflação para um dígito era uma das promessas de Milei durante sua campanha.

Além da desaceleração da inflação, o governo de Milei recebeu elogios do Fundo Monetário Internacional (FMI) pela sua “firme implementação do plano de estabilização”, destacando que a Argentina está avançando rapidamente na restauração da estabilidade macroeconômica. O FMI anunciou que a oitava rodada de negociação da dívida argentina está progredindo bem e deverá liberar US$ 800 milhões em junho.

O Banco Central da Argentina também anunciou um corte na taxa de juros, reduzindo-a de 50% para 40% ao ano, em resposta à queda da inflação.

Apesar das melhorias nos indicadores macroeconômicos, a Argentina continua enfrentando desafios sociais significativos. A pobreza, que atingia 41,7% da população no segundo semestre do ano passado, pode estar atualmente acima de 60%, segundo projeções do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA).

A alta inflação dos últimos anos desidratou o poder de compra dos argentinos, e os dados de produção industrial também não são animadores. Em março, a produção industrial manufatureira caiu 21,2% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O Banco Central prevê uma contração do PIB de pelo menos 3,5% para este ano.

O ajuste fiscal implementado por Milei tem defensores e críticos. O economista Aldo Abram, do think tank Liberdade e Progresso, argumenta que o ajuste é necessário para controlar a inflação e restaurar o poder de compra. Em contraste, Eduardo Donza, da UCA, alerta que a melhoria das condições sociais e econômicas requer um aumento na produtividade e no trabalho, algo que as políticas atuais não estão conseguindo promover.

A Argentina tem potencial em setores como a exploração de gás na região de Vaca Muerta e a extração de lítio no “triângulo do lítio”. No entanto, esses projetos ainda estão em estágios iniciais e enfrentarão desafios significativos antes de contribuir substancialmente para a economia.


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