25.4 C
Belo Horizonte
InícioGeralEspecialistas Sugerem Técnicas Adicionais para Despoluição da Lagoa da Pampulha  

Especialistas Sugerem Técnicas Adicionais para Despoluição da Lagoa da Pampulha  

Durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – Pampulha, técnicos da Fundação Christiano Ottoni recomendaram que a biorremediação continue, mas destacaram a necessidade de tratar a bacia hidrográfica da Lagoa da Pampulha. Em sessão na manhã desta terça-feira (21/5), os especialistas enfatizaram que outras técnicas devem ser consideradas devido à complexidade da bacia. Benjamim Rodrigues de Menezes, presidente da entidade, e os professores Nilo Nascimento e Alessandra Jeane apresentaram suas observações à comissão.

Os técnicos revelaram que, conforme o contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte, a qualidade da água da lagoa deveria atingir a classe 3, mas essa meta não foi sempre alcançada. Sérgio Fernando Pinho Tavares (MDB), presidente da CPI, e Braulio Lara (Novo), relator, indicaram que as informações científicas sugerem a necessidade de múltiplas abordagens para a despoluição da água, mostrando a limitação de eficácia de todas as medidas previstas no contrato.

Em seus relatórios, a Fundação Christiano Ottoni analisou 17 outras técnicas com potencial para serem aplicadas, incluindo o aprimoramento do sistema de coleta de esgotos e a separação das águas fluviais. Nilo Nascimento destacou que muitas dessas técnicas, especialmente as que tratam a bacia, estão em aplicação e exigem um período de maturação de médio a longo prazo.

Grau de Pureza Não Alcançado

A Fundação Christiano Ottoni foi contratada pela Prefeitura através da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para prestar serviços de consultoria em projetos e obras de engenharia, análises e pareceres, além de soluções alternativas e estudos diagnósticos. No entanto, os gráficos do relatório mostram que o grau de pureza da água (classe 3) exigido em contrato não foi sempre atingido.

Efetividade da Biorremediação

Os deputados questionaram a recomendação de continuar com a biorremediação, considerando sua falta de eficácia. Os pesquisadores explicaram que a água da lagoa precisa ser tratada enquanto outras medidas mais duradouras são implementadas na bacia. Alessandra Jeane comparou o processo a tratar um doente continuamente exposto a novos patógenos, justificando a necessidade de manter a biorremediação.

Utilização de Técnicas Complementares

Braulio Lara salientou que o relatório técnico aponta a necessidade de múltiplas técnicas para a despoluição eficaz da lagoa, criticando a insistência da Prefeitura em utilizar apenas a biorremediação. Ele questionou se houve retorno da Prefeitura sobre as recomendações feitas no relatório. Alessandra Jeane afirmou que, após o fim do contrato, não houve mais contato, mas confirmou que algumas medidas, como a retirada de sedimento e a abertura das comportas, foram realizadas.

Investimento na Despoluição

Braulio Lara relembrou os gastos de aproximadamente R$ 1,4 bilhão na despoluição da lagoa e questionou a viabilidade de alcançar uma lagoa limpa sem bloquear a entrada de poluentes. Alessandra Jeane concordou parcialmente, reiterando que, apesar dos desafios e custos elevados, é crucial manter as ações em andamento para evitar um agravamento da condição atual da lagoa.


RELACIONADOS
Feito com muito 💜 por go7.com.br