A morte do advogado Pedro Cassimiro Queiroz Mendonça, de 40 anos, é lamentada por entidades que representam a categoria. Mendonça foi executado em frente ao Fórum de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (27 de maio). A Polícia Civil recolheu aproximadamente 30 estojos de calibre 9 milímetros. A autoria e motivação ainda são desconhecidas.
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), o advogado se preparava para ir almoçar quando foi baleado diversas vezes. Uma testemunha informou que ele não vinha sofrendo ameaças nem enfrentava problemas relacionados a sentenças de clientes ou cobrança de honorários.
A Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais (OAB-MG), por meio do presidente Sérgio Leonardo, cobrou uma investigação rigorosa. “Mais um advogado brutalmente assassinado em Minas Gerais. Mais um ataque à advocacia. Semana passada foi o doutor Hudson Maldonado em Sete Lagoas, e as investigações indicam que tudo decorreu de sua atuação profissional. Hoje estamos perplexos com mais um colega brutalmente assassinado à luz do dia, o que nos causa indignação e revolta”, afirmou Leonardo.
Sérgio Leonardo destacou que a advocacia não pode ser “calada”. “Nem com fogo, nem com arma de fogo. Somos a voz que representa a cidadania neste país. Nós não podemos ser calados. É preciso pensar em alternativas de maior proteção à advocacia”, afirmou.
A Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim) propôs ao Estado de Minas Gerais a criação de uma delegacia especializada em prevenção e combate ao crime praticado contra advogados no exercício da profissão. “A segurança do advogado deve vir em primeiro lugar para que ele possa defender os direitos da sociedade com tranquilidade, respeito e eficácia”, disse Gilberto Silva, diretor da Anacrim-MG.
Bruno Cândido, presidente da Anacrim, afirmou que a morte de Mendonça é um “retrato da impunidade” no país. “Pedro Mendonça era um advogado muito querido, prestigiado e sem mácula. Sua atuação perante a comunidade era muito respeitada. É inadmissível um crime bárbaro desta forma, especialmente na porta do Fórum de Ibirité. É um atentado contra a Justiça”, disse Cândido.
A Anacrim acompanhará de perto as investigações. “Exigimos uma solução rápida e punição efetiva para este fato gravíssimo. Temos que tomar providências para que a classe não fique vulnerável”, complementou Cândido.
