A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), enfrentando um horizonte incerto de possíveis privatizações ou transferência ao governo federal para abater dívidas, implementou seu sexto Plano de Demissão Voluntária (PDV) sob a gestão do governador Romeu Zema (Novo). Este novo plano oferece, além do pagamento das verbas rescisórias, uma indenização de até R$ 100 mil por desligamento.
Zema manifestou interesse em privatizar a Cemig desde sua campanha inicial ao Palácio Tiradentes, em 2018. Em agosto do ano passado, ele encaminhou uma proposta de emenda constitucional (PEC) à Assembleia Legislativa para facilitar a venda da empresa. Entretanto, o texto está estagnado na Casa desde fevereiro de 2024.
A Cemig, juntamente com outras empresas estatais, é vista como uma solução para reduzir a dívida do estado de cerca de R$ 160 bilhões com a União. Essa proposta tem sido discutida com o governo federal, contando com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), como um dos principais interlocutores. O valor de mercado da Cemig atualmente é de R$ 31,5 bilhões.
O programa de demissão voluntária da Cemig está em vigor até 21 de junho e visa principalmente funcionários com mais tempo de serviço na empresa. Os benefícios variam de acordo com a antiguidade do trabalhador na companhia, com valores de indenização limitados a R$ 100 mil.
A Cemig afirma que os PDVs são parte de um processo regular de gestão, negando qualquer relação com possíveis mudanças na estrutura acionária da companhia. Por outro lado, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG) percebe os PDVs como preparativos para a privatização, argumentando que isso tem impacto na qualidade técnica da empresa.
Em meio a esse cenário, o futuro da Cemig permanece incerto, enquanto os trabalhadores enfrentam decisões difíceis sobre suas carreiras e a estabilidade de seus empregos.