Em uma sessão tumultuada, marcada por bate-boca e princípio de briga, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou nesta quarta-feira (5) o processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Janones (Avante-MG). A decisão foi tomada com 12 votos a favor do arquivamento e cinco contrários. Após a aprovação do arquivamento, os deputados Janones e Nikolas Ferreira iniciaram uma briga, sendo separados por assessores.
A denúncia, apresentada pelo PL, acusava Janones de prática de “rachadinha”, ou seja, exigir parte do salário dos funcionários de seu gabinete. A acusação foi baseada em uma reportagem do portal Metrópoles. Janones alegou que o áudio usado como prova foi adulterado por um ex-assessor, que, ao ser intimado pela Polícia Federal, negou a prática de rachadinha.
O relator do processo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), recomendou o arquivamento, argumentando que casos anteriores à atual legislatura não deveriam ser julgados pelo Conselho de Ética. Ele destacou a importância da isonomia, mencionando que outros casos semelhantes foram arquivados.
Em oposição, o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-SP) defendeu a continuidade da investigação, argumentando que as denúncias só vieram a público na atual legislatura, representando um fato novo.
A sessão foi finalizada com tumulto, quando Janones e Ferreira se enfrentaram fisicamente fora do plenário. A Polícia Legislativa interveio para acalmar a situação. Além disso, Janones foi alvo de hostilidades, sendo chamado de “rachador” e “covarde” por alguns parlamentares, incluindo Nikolas Ferreira e Zé Trovão (PL-SP), além do coach Pablo Marçal.
O arquivamento do processo contra Janones encerra, por ora, a acusação de rachadinha, mas o caso segue levantando debates sobre a ética parlamentar e a necessidade de uma investigação mais aprofundada pela Justiça.
