As queimadas têm sido uma grande fonte de problemas para o setor elétrico, prejudicando a qualidade do ar, a flora e a fauna. Em 2023, essas práticas provocaram 442 incidentes na rede elétrica da Cemig, afetando o fornecimento de energia para 200 mil clientes. Esse número deve aumentar durante o período seco, quando as queimadas costumam se intensificar.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em 2022, a Cemig registrou 71 ocorrências de queimadas, afetando quase 39 mil clientes. Este ano, de janeiro a maio, foram 11 interrupções no serviço, prejudicando cerca de mil unidades consumidoras.
Para reduzir os acidentes causados por queimadas e conscientizar a população sobre os riscos, a Cemig realiza campanhas educativas através de diversos meios de comunicação e redes sociais. A prática de queimadas pode ser considerada crime e resultar em prisão, especialmente quando impacta a rede elétrica, deixando hospitais, comércios e escolas sem energia.
Demetrio Aguiar, engenheiro de Sustentabilidade da Cemig, explica que os incêndios danificam equipamentos como postes, cabos e torres, tornando o restabelecimento do serviço mais demorado. “As pessoas precisam se conscientizar dos impactos causados por suas ações, pensar de forma coletiva e evitar dar início a focos de incêndio que podem causar muitos estragos”, alerta Aguiar. Ele ressalta que grande parte dos focos de incêndio é causada por ação humana.
Além dos danos diretos à rede elétrica, o acesso às áreas afetadas é um desafio para as equipes de manutenção da Cemig. “Normalmente, são locais de difícil acesso e em áreas rurais amplas. Levar estruturas pesadas como torres e postes torna a manutenção ainda mais complexa”, explica Aguiar.
Atuação Preventiva e Medidas de Segurança
Para minimizar as ocorrências, a Cemig realiza ações preventivas, como a limpeza de faixas de servidão, poda de árvores e arbustos, e remoção de vegetação ao redor de postes e torres. A companhia também realiza inspeções em suas linhas de transmissão para identificar e mitigar riscos potenciais, investindo R$ 311 milhões em manutenção preventiva em toda a sua área de concessão.
A população pode ajudar a conter os riscos apagando com água restos de fogo em acampamentos, evitando jogar pontas de cigarro acesas na estrada ou em áreas rurais, e não deixando garrafas plásticas ou de vidro expostas ao sol em áreas com vegetação. Além disso, queimadas não devem ser realizadas a menos de 15 metros de rodovias, ferrovias e faixas de segurança de linhas de transmissão e distribuição de energia. É proibido o uso de fogo em áreas de reservas ecológicas, preservação permanente e parques florestais.
Em caso de incêndios, a Cemig (116) e o Corpo de Bombeiros (193) devem ser avisados imediatamente. Denúncias anônimas de queimadas ilegais podem ser feitas gratuitamente pelo telefone 181.
Tecnologia contra o Fogo
A Cemig investe no projeto “Apaga o Fogo!”, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A plataforma online www.apagaofogo.eco.br permite a identificação de focos de incêndio em sua fase inicial usando imagens em tempo real processadas por algoritmos de inteligência artificial. Internautas voluntários também podem se cadastrar e auxiliar na identificação dessas queimadas.
