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Pesquisa aponta baixo nível de criatividade entre alunos brasileiros

Mais da metade dos alunos brasileiros de 15 anos apresenta baixo nível de pensamento criativo, segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), divulgados nesta terça-feira, 18, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo revelou que 54,3% dos jovens brasileiros não desenvolvem pensamento criativo, índice significativamente superior à média de 33% dos países membros da OCDE.

Entre as 56 nações avaliadas, o Brasil ocupa a 44ª posição, ficando atrás de países como Costa Rica, Jamaica, Colômbia e Peru. Na liderança, estão Singapura, Coreia do Sul, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Estônia e Finlândia, que se destacaram nas questões de criatividade.

O Pisa tradicionalmente avalia conhecimentos em matemática, ciências e leitura, áreas nas quais o Brasil tem apresentado desempenho insatisfatório há uma década. Este novo enfoque na criatividade revelou que estudantes de baixa renda enfrentam maiores dificuldades para desenvolver pensamento crítico, um problema atribuído tanto ao ambiente desafiador em que vivem quanto à falta de recursos nas escolas.

As tarefas de pensamento criativo, aplicadas em 2022, incluíram desafios como escrever um diálogo entre o planeta Terra e o Sol ou sugerir maneiras de tornar uma biblioteca mais acessível para pessoas com deficiência. Em todos os países, as meninas superaram os meninos em criatividade, sendo que no Brasil essa diferença foi de 3 pontos, equivalente a um ano escolar.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Patricia Mota Guedes, do Itaú Social, destacou a relevância da avaliação de criatividade no Pisa. “A criatividade não é um dom, mas sim uma competência que precisa ser desenvolvida na escola”, afirmou.

Patricia atribui o baixo desempenho do Brasil à falta de apoio e autonomia para os professores. “Esse apoio precisa ocorrer por meio da formação ao longo da carreira do docente ou na sua prática pedagógica, oferecendo condições nas quais os professores possam proporcionar atividades e desafios mais profundos e complexos aos alunos”, explicou.

Ela acrescenta que é crucial estimular os estudantes a testarem e expressarem suas ideias. “Envolve também estimular os estudantes a testarem e expressarem suas ideias, não só repetir mecanicamente pensamentos já existentes”, completou Patricia.


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