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Alimentos podem subir até 7,5% em 2024, superando a inflação

Alta do dólar e fatores climáticos impulsionam nova projeção.  Para 55% dos entrevistados, compras no supermercado estão mais caras desde que Lula voltou ao poder.

O jornal O Globo informou nesta sexta-feira, 21, que bancos, consultorias e corretoras estão prevendo um aumento no preço dos alimentos de 4,5% a 7,5% para 2024. A estimativa anterior era de um aumento de 3,5%.

O novo percentual é superior à inflação geral, que deve encerrar o ano perto de 3,96%, conforme o Boletim Focus divulgado na última segunda-feira, 17.

Em 2023, houve uma queda de 0,52% nos preços dos alimentos. A alta prevista para o próximo ano está ligada à intensidade do fenômeno El Niño, às fortes chuvas no Rio Grande do Sul, à chegada antecipada do La Niña e ao aumento do valor do dólar.

Fatores climáticos impactam inflação dos alimentos

Não se espera uma redução significativa nos preços de produtos como arroz, legumes, verduras e frutas no segundo semestre. Carnes e leite, que se tornaram mais acessíveis nos últimos doze meses, podem voltar a encarecer.

A possível alta nos preços dos alimentos é vista como um risco adicional no panorama do Banco Central pelos economistas. A entidade, que busca controlar a inflação por meio do ajuste das taxas de juros, já cessou a redução da Selic devido à valorização do dólar e riscos fiscais relacionados aos gastos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com O Globo, a previsão de aumento da alimentação no domicílio em 2024 foi revisada de 3,5% para 4,5% pela Tendências Consultoria, devido aos impactos do El Niño e das chuvas no Rio Grande do Sul.

Nesta época do ano, os alimentos in natura, que geralmente teriam uma redução de preços, se tornaram mais caros. Como resultado, o custo da alimentação domiciliar em doze meses, que impacta mais as famílias de baixa renda, está aumentando e já está afetando as expectativas de inflação para este ano e o próximo.

Previsões econômicas para 2024

Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, prevê um aumento de 7,5% no custo da alimentação domiciliar em 2024, um valor próximo da média histórica anual de 7,3%.

O Santander emitiu um relatório alertando que a rápida transição do El Niño para o La Niña pode afetar as colheitas de grãos na América do Sul, resultando na alta dos preços dos alimentos. Conforme indicado pelo banco, houve aumento nos preços da soja e do milho nas três últimas incidências do La Niña.

Mesmo antes da influência do La Niña, as intensas chuvas no Sul, resultantes do El Niño, já haviam elevado os preços dos alimentos frescos. As estatísticas do IBGE indicam que o preço do arroz aumentou 26% nos doze meses até maio, e a batata inglesa viu um aumento de 57,94%.


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