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TERCEIRIZANDO A CULPA – Marina culpa os incêndios criminosos e mudanças climáticas por queimadas no Pantanal

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, responsabilizou os incêndios criminosos e as mudanças climáticas pelas queimadas devastadoras que já consumiram mais de 600 mil hectares no Pantanal, abrangendo os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que declararam estado de emergência por 180 dias. Em uma coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto após uma reunião do gabinete de crise, Marina enfatizou que áreas com os maiores índices de desmatamento coincidem com as mais afetadas pelos incêndios, citando Corumbá (MS) como exemplo.

A ministra destacou as medidas emergenciais adotadas pelos governos estaduais para proibir o manejo de fogo, inclusive o controlado, em todas as atividades. Ela ressaltou a gravidade da situação, classificando-a como a pior seca dos últimos 70 anos, e pressionou pela aprovação urgente no Senado do projeto de lei que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, já aprovado pela Câmara dos Deputados.

Marina anunciou também uma visita ao Mato Grosso do Sul na sexta-feira (28), junto com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, para se reunir com o governador Eduardo Riedel (PSDB).

Fogo já consumiu 541 mil hectares no Mato Grosso do Sul, o equivalente a cinco vezes o tamanho da capital Campo Grande. O Brasil enfrenta uma severa temporada de queimadas desde o início da estação seca, com recordes alarmantes nos principais biomas. Pantanal e Cerrado registram o maior número de focos de incêndio já registrado desde que o monitoramento por satélite começou em 1988 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na Amazônia, os casos de 2024 são os mais elevados dos últimos 20 anos, com exceção do Pampa, que sofre com chuvas devastadoras.

Entre janeiro e junho de 2024, o Pantanal foi afetado por 3.262 focos de queimadas, um aumento de mais de 22 vezes em relação ao mesmo período do ano passado, marcando um recorde histórico. Isso já supera o total de queimadas registrado em 2020, quando incêndios destruíram um terço do bioma, resultando na morte de mais de 17 milhões de animais vertebrados. A perspectiva para o restante do ano depende de esforços para conter novos focos e ações do governo.

FOGO PELO BRASIL

No Cerrado, foram detectados 12.097 focos de incêndio até 23 de junho, um aumento de 32% em comparação ao mesmo período de 2023, também estabelecendo um recorde histórico desde 1988. O aumento é especialmente significativo nos estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), principais áreas de expansão agrícola do país.

No que se refere à Mata Atlântica, o aumento de 42% nos focos de incêndio entre janeiro e junho, comparado ao mesmo período de 2023, é alarmante, especialmente no Rio de Janeiro, onde houve um aumento de 440% em relação ao ano anterior, com grande concentração dos incêndios em junho. A destruição de mais de 300 hectares no Parque Nacional do Itatiaia sublinha a urgência de medidas eficazes para proteger esse bioma vital para a biodiversidade e o equilíbrio ambiental.

Na Amazônia, houve um total de 12.696 focos de incêndio até 23 de junho, representando um aumento de 76% em comparação ao mesmo período de 2023, o maior registrado desde 2004. Especialistas apontam que, mesmo com a redução no desmatamento, a crise climática tem contribuído para as condições secas e propícias para incêndios.

Ambientalistas alertam que a situação em 2024 dependerá do engajamento da população em evitar novas queimadas e das medidas urgentes do governo para combater os focos ativos.


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