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Poetisa Mineira Adélia Prado é vencedora do Prêmio Camões 2024

A poetisa mineira Adélia Prado foi anunciada como a vencedora do Prêmio Camões 2024, o maior reconhecimento da literatura em língua portuguesa. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (26) pela Fundação Biblioteca Nacional. A premiação celebra a contribuição significativa de Adélia para a literatura e cultura lusófona.

Uma Semana Especial

A conquista do Prêmio Camões vem após uma semana de destaque para Adélia Prado, que também foi agraciada com o prêmio Machado de Assis, a maior honraria da Academia Brasileira de Letras (ABL). Adélia Prado, de 88 anos, é natural de Divinópolis, Minas Gerais, e é reconhecida como a maior poetisa brasileira viva. Além de sua carreira como poetisa, Adélia é professora, filósofa, romancista e contista.

Carreira Literária

Os primeiros poemas de Adélia Prado foram publicados em jornais de Divinópolis e Belo Horizonte. Sua obra chamou a atenção do renomado poeta Carlos Drummond de Andrade, que ajudou a publicar seu primeiro livro, “Bagagem”, em 1975. Este livro destacou-se pela originalidade e estilo únicos da poetisa.

Em 1978, Adélia ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura pelo livro “O Coração Disparado”. Ela também publicou “Terra de Santa Cruz” em 1981 e enveredou pela literatura em prosa com os livros “Solte os Cachorros” (1979) e “Cacos para um Vitral” (1980). Adélia Prado é conhecida por incorporar temas ligados à fé católica, Deus, família e a perspectiva feminina em suas obras.

Prêmio Camões

O Prêmio Camões, criado em 1988, visa consagrar autores de língua portuguesa que contribuíram significativamente para o patrimônio literário e cultural do idioma. O prêmio, que homenageia Luís Vaz de Camões, um dos maiores poetas portugueses, concede 100 mil euros ao vencedor, valor subsidiado pelo Ministério da Cultura português e pela Fundação Biblioteca Nacional brasileira.

Escolha do Júri

A escolha de Adélia Prado foi feita por um júri composto por seis membros: dois representantes do Brasil, dois de Portugal e dois de Moçambique. Os jurados brasileiros foram o escritor Deonísio da Silva e o professor Ranieri Ribas. Pelo lado de Portugal, as professoras Clara Crabbé Rocha e Isabel Cristina Mateus participaram da decisão. Moçambique foi representado pelo filósofo Dionisio Bahule e pelo professor Francisco Noa.

O júri elogiou Adélia Prado como “uma autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética”. Eles ressaltaram a voz inconfundível de Adélia na literatura de língua portuguesa e lembraram os elogios de Carlos Drummond de Andrade, que a descreveu como “lírica, bíblica, existencial”.

Reconhecimento e Impacto

O presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, destacou a profunda relação entre Adélia Prado, Carlos Drummond de Andrade e a literatura brasileira. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou que Adélia Prado representa a força e criatividade das mulheres no cenário cultural.

Outras Conquistas

Adélia Prado se junta a uma lista de ilustres vencedores do Prêmio Camões, incluindo brasileiros como João Ubaldo Ribeiro, Lygia Fagundes Telles, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e João Cabral de Melo Neto. O mais recente brasileiro a ganhar o prêmio foi Silviano Santiago, em 2022. Em 2019, Chico Buarque foi premiado, mas devido a um impasse com o então presidente Jair Bolsonaro, só recebeu a honraria em 2023.

Futuro Literário

Adélia Prado está preparando um novo livro, “Jardim das Oliveiras”, que faz referência ao local onde Jesus Cristo rezou na véspera da crucificação, segundo a tradição cristã. Adélia também se adaptou ao mundo digital, compartilhando suas obras e pensamentos através das redes sociais, especialmente no Instagram.

A data da entrega do Prêmio Camões ainda não foi definida, podendo ocorrer no Brasil ou em Portugal.


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