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Inteligência artificial poderia detectar fraudes no INSS. Avanços tecnológicos no setor público enfrentam desafios de implementação, diz ‘O Tempo’

A implementação de tecnologias como inteligência artificial (IA) e blockchain no serviço público brasileiro promete revolucionar processos, desde a detecção de fraudes no INSS até a segurança de dados na Carteira de Identidade Nacional (CIN). No entanto, apesar do potencial transformador, esbarram em obstáculos como a falta de capacitação profissional e infraestrutura adequada.

A IA, por exemplo, já é utilizada internamente por órgãos públicos para otimizar fluxos de trabalho e analisar dados, mas seu uso direto com o cidadão ainda enfrenta barreiras. No INSS, um sistema de IA analisa padrões em atestados médicos para prevenir fraudes no auxílio-doença, cruzando informações como número do CRM e assinaturas dos médicos para identificar inconsistências.

Além disso, o reconhecimento facial tem sido empregado para a prova de vida, permitindo aos beneficiários realizarem o procedimento pelo aplicativo gov.br, evitando deslocamentos e reduzindo filas nas agências. Este avanço inclui comandos que garantem a interação em tempo real, como pedir ao usuário para afastar o celular ou piscar os olhos.

Contudo, questões de privacidade e segurança dos dados preocupam tanto especialistas quanto usuários. A adoção de tecnologias como blockchain na CIN visa proteger informações pessoais criptografando dados cadastrais como nome, data de nascimento e CPF. Apesar dos benefícios em termos de segurança, a implementação dessas tecnologias é limitada pela escassez de profissionais capacitados em áreas como segurança da informação e criptografia.

Dados da pesquisa TIC Governo Eletrônico de 2023 indicam que 32% dos órgãos públicos enfrentam dificuldades de implementação de IA devido à falta de especialistas, enquanto 31% têm problemas com a infraestrutura compatível com tecnologias avançadas. A blockchain, por sua vez, tem adesão ainda mais tímida, com apenas 15% dos órgãos federais e estaduais utilizando a ferramenta.

Maria Alexandra Cunha, da FGV, destaca que a desigualdade na capacitação de equipes de TI entre os diferentes níveis de governo compromete a eficiência e segurança dos serviços digitais oferecidos ao cidadão. Enquanto algumas instituições, como o Judiciário e o Ministério Público, lideram na adoção de chatbots para atendimento ao público, outros órgãos enfrentam desafios significativos para oferecer serviços digitais inclusivos e acessíveis.

Em um cenário onde a tecnologia pode excluir aqueles que já estão à margem da sociedade, a construção de serviços digitais deve priorizar a inclusão e considerar as disparidades regionais e de capacidade técnica dos órgãos públicos.


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