Minas Gerais se destaca como o segundo estado brasileiro com a maior área irrigada, refletindo um avanço significativo na produtividade agrícola. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2023/2024 mostram que, nas propriedades irrigadas, a produção de arroz e feijão é três e duas vezes superior, respectivamente, em comparação com as áreas não irrigadas.
As regiões Norte e Noroeste de Minas são exemplos notáveis de sucesso com a tecnologia de irrigação. De acordo com a Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais (Irriganor), essas áreas somam 142 mil hectares irrigados, com a participação de mais de 500 agricultores em cerca de 20 municípios.
A produtora Déborah Novais Cordeiro, que gerencia propriedades em Paracatu, Unaí e João Pinheiro, destaca a principal vantagem da irrigação: a maximização do potencial da terra. “Antes, a baixa pluviometria impossibilitava uma safra. Agora, alcançamos quase três safras por ano”, explica. Ela também ressalta a melhoria na qualidade dos produtos, permitindo colheitas na época ideal, independentemente das condições climáticas.
O Governo de Minas tem incentivado o uso da irrigação por meio de investimentos em infraestrutura e legislação. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está ampliando sua rede elétrica para suportar a irrigação, e a recente Lei da Agricultura Irrigada Sustentável facilita a expansão das áreas irrigadas, promovendo a produção sem a necessidade de desmatamento.
Em 2023, o Programa Irriga Minas distribuiu mais de 2 mil kits de irrigação por gotejamento a pequenos produtores, com um investimento de R$ 2,2 milhões. Minas Gerais, com mais de 1 milhão de hectares irrigados, continua a liderar no ranking nacional de municípios, destacando-se Paracatu e Unaí.
No dia 4 de setembro, o estado promoverá o primeiro Seminário Mineiro de Irrigação, em Paracatu, para fomentar o conhecimento e a inovação na área.
