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‘Não somos latifundiários’, afirma proprietária de fazenda invadida pelo MST na Grande BH

A Justiça agendou uma audiência de conciliação para a manhã de quarta-feira (13)

Durante uma visita técnica realizada pelo juiz Luiz Felipe Sampaio Aranha, da Vara Agrária de Minas Gerais e de Acidente do Trabalho de Belo Horizonte, uma das herdeiras da fazenda em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, invadida por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), expressou sua emoção ao negar que sua família seja latifundiária. A visita, acompanhada por advogados do MST, representantes dos herdeiros da Fazenda Aroeiras, e um parlamentar de Lagoa Santa, ocorreu nesta segunda-feira (11).

Patrícia Bartolomeu, uma das proprietárias, destacou que a fazenda não está abandonada e lamentou o impacto emocional causado pela ocupação: “Me emociono por ver as pessoas lá, ocupando um espaço e falando coisas que não são verdade. A gente tá na fazenda toda hora e ver ela ocupada daquela maneira é muito difícil. Não somos latifundiários. A gente consegue manter a fazenda do jeito que dá. Não significa que ela está abandonada ou que não temos a posse dela.”

A advogada Letícia Santos, representante do MST, alegou que a fazenda é improdutiva e afirmou que os proprietários ainda não comprovaram a posse do terreno, considerado por ela como abandonado. Questionada sobre a origem dos invasores, Santos afirmou que não verificou detalhes, mas que eles são provenientes da Grande BH como um todo.

A superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Minas Gerais, Neila Maria Batista, revelou o interesse do Incra na fazenda e afirmou: “Interessa ao Incra de Minas ampliar as áreas de reforma agrária. Se tivermos condições de vistoriar, ele pode nos interessar para o processo de assentamento das famílias. Um assentamento diferenciado que, por estar perto da área urbana, será focado em hortifrutigranjeiro. Vamos buscar o diálogo com a família para ver o interesse na aquisição do imóvel.”

A Justiça agendou uma audiência de conciliação para a manhã de quarta-feira (13) sobre a ocupação da fazenda em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os herdeiros da fazenda Aroeiras, representantes do MST, Defensoria Pública, Ministério Público, Estado de Minas Gerais e a Prefeitura de Lagoa Santa foram intimados para participar.

Na madrugada de sexta-feira (8), cerca de 500 famílias do MST ocuparam a fazenda, resultando em uma negação da liminar solicitando a reintegração de posse. O governador Romeu Zema expressou preocupação com a invasão de propriedade privada produtiva e ironicamente pediu aos produtores rurais que filmem suas atividades para comprovar a produção diante das dificuldades enfrentadas. O MST, por sua vez, respondeu acusando Zema de atacar as famílias sem terra e mentir para a população, enfatizando que a fazenda está abandonada há quase uma década e não ocupa terras produtivas.

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