Os produtores de leite em Minas Gerais estão aumentando a pressão sobre o governo federal para barrar as importações de leite em pó dos países do Mercosul, especialmente da Argentina e do Uruguai. Eles argumentam que o setor lácteo enfrenta prejuízos devido à concorrência desleal e alertam para o risco de desabastecimento do mercado interno e aumento dos preços para os consumidores, caso nenhuma medida seja tomada.
Liderado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), o movimento nacional denominado “Minas Grita pelo Leite” convoca produtores, sindicatos rurais, cooperativas e líderes políticos para um encontro no Expominas, em Belo Horizonte, na próxima segunda-feira (18), para discutir a questão.
A Faemg denuncia a falta de políticas públicas voltadas para os produtores do segmento e destaca que as altas importações têm impactado negativamente os pecuaristas, reduzindo cada vez mais o valor pago pelo litro produzido e levando muitos deles a abandonarem a atividade.
De acordo com dados da Faemg, a importação de leite em pó aumentou quase 70% em 2023, em comparação com 2022, totalizando 2,2 bilhões de litros. Somente em janeiro, foram importados 206 milhões de litros, representando um aumento de quase 36% em relação ao mesmo período do ano passado.
Minas Gerais é o maior produtor de leite do país, com a pecuária leiteira presente em 99% dos municípios. A atividade é a principal fonte de renda de 216,5 mil produtores rurais no estado.
