A prática da piscicultura no Brasil, frequentemente realizada em ambiente aberto, está sujeita a diversas variáveis climáticas que podem afetar profundamente a produção de peixes. Entre esses fatores, as variações de temperatura e as chuvas são especialmente relevantes, impactando diretamente as condições ambientais dos corpos d’água onde os peixes são criados.
As chuvas, por exemplo, podem causar mudanças significativas no nível dos tanques e reservatórios, influenciando a concentração de partículas e nutrientes na água e, consequentemente, afetando os parâmetros de qualidade da água. Chuvas escassas podem prejudicar o abastecimento dos tanques, enquanto chuvas intensas podem resultar em danos estruturais, como o rompimento de diques.
Da mesma forma, as variações de temperatura têm um impacto considerável na qualidade da água, especialmente no que diz respeito ao nível de oxigênio dissolvido, vital para a sobrevivência dos peixes. Temperaturas muito altas podem reduzir o oxigênio disponível, levando à mortalidade dos peixes. Além disso, variações abruptas de temperatura podem ser extremamente prejudiciais, tornando os peixes mais suscetíveis a doenças.
Diante desse cenário, é fundamental que os piscicultores estejam atentos às condições climáticas e adotem medidas preventivas para evitar perdas no ciclo produtivo. No outono, período em que se espera a ocorrência de eventos climáticos mais intensos, como períodos de frio intenso, é necessário intensificar esses cuidados.
Algumas medidas recomendadas incluem o monitoramento constante da qualidade da água, o equilíbrio do pH, o fornecimento adequado de ração, o controle do volume de água nos tanques, o uso de aeradores para manter os níveis de oxigênio dissolvido e a adoção de densidades populacionais menores nos tanques. Além disso, estratégias como o abate intensificado podem ajudar a reduzir a população dos tanques, especialmente durante períodos de alta demanda, como a Semana Santa.
