O 12º Fórum Jurídico de Lisboa, realizado entre 26 e 28 de junho, contou com a presença de 30 congressistas brasileiros, cujo custo total para os cofres públicos foi de pelo menos R$ 600 mil. O evento foi promovido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Custos e Despesas
O custo médio das passagens aéreas foi de R$ 14,7 mil, variando entre R$ 4.314 e R$ 28,5 mil, com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) tendo a passagem mais cara. As estadias em hotéis variaram de 2,5 a sete dias. As despesas exatas podem ser superiores, já que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não divulgou seus gastos.
Apenas oito dos 25 deputados federais e cinco senadores presentes estavam oficialmente listados como “palestrantes” ou “debatedores”. A transparência das despesas deixou a desejar, e deputados como Eduardo da Fonte (PP-PE) e Lula da Fonte (PP-PE) não foram encontrados em listas oficiais do evento, apesar de imagens compartilhadas por familiares.
Atividades Paralelas e Festividades
O evento, apelidado de “Gilmarpalooza”, incluiu diversas atividades paralelas. Flávio Rocha, da Riachuelo, ofereceu uma recepção, e João Camargo, do grupo Esfera, organizou um jantar em homenagem ao aniversário de Lira.
Financiamento e Transparência
Apesar das alegações de que não houve patrocínio externo, os responsáveis pelo evento não esclareceram completamente os custos envolvidos. O Instituto IDP, organizador do fórum, afirmou não ter custeado despesas, enquanto o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, indicaram que a FGV cobriu parte dos custos.
Outras figuras públicas presentes incluíram Ciro Nogueira (PP-PI), Jaques Wagner (PT-BA), e Elmar Nascimento (União Brasil-BA). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi convidado, mas não compareceu.
Reações e Justificativas
Alguns parlamentares argumentaram que o alto custo das passagens se deveu à compra próxima da data de viagem. O senador Ângelo Coronel (PSD-BA) liderou os gastos com diárias, totalizando R$ 22,2 mil por sete dias, justificando o valor mais alto pela participação em um workshop pré-evento. A média das diárias foi de R$ 2,5 mil.
A falta de clareza sobre os financiamentos e os altos custos geraram discussões sobre a transparência e a justificativa dos gastos públicos.
