A Nova Frente Popular (NFP), coalizão de socialistas, comunistas, verdes e da esquerda radical, surpreendeu e ficou em primeiro lugar no segundo turno das eleições legislativas antecipadas na França. O resultado freou a ascensão da direita, com o apoio tácito do centro.
De acordo com os dados definitivos do Ministério do Interior da França, a NFP conquistou 182 assentos na Assembleia Nacional. A coalizão centrista Juntos, do presidente Emmanuel Macron, ficou com 168 cadeiras. A direita, representada pela Reunião Nacional e aliados, obteve 143 assentos.
Outros resultados incluem:
- Republicanos: 45 assentos
- Outras legendas de direita: 15 assentos
- Outras legendas de esquerda: 13 assentos
- Outras legendas de centro: 6 assentos
- Regionalistas: 4 assentos
- Diversos: 1 assento
Nenhum partido ou aliança conseguiu maioria absoluta na Assembleia Nacional, composta por 577 assentos.
Reação e celebração
Eleitores se reuniram na Praça da República, no 10º distrito de Paris, para celebrar o resultado. A participação eleitoral foi a maior desde 1981, com 67% dos eleitores comparecendo às urnas.
Contexto político e futuro do governo
A vitória da NFP não deu à esquerda uma maioria absoluta, aumentando a incerteza sobre o futuro governo da França. Emmanuel Macron, que dissolveu a Assembleia Nacional em junho para obter uma clarificação sobre o voto dos franceses, negou o pedido de renúncia do primeiro-ministro Gabriel Attal.
Attal, eleito deputado pelo departamento Hauts-de-Seine, havia sinalizado sua disposição para permanecer no cargo interinamente, conforme a decisão do presidente. No entanto, a formação de um novo governo sem maioria absoluta permanece um desafio.
Reação da direita
O partido Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, lamentou não ter conseguido a maioria para “endireitar o país”. O RN e seus aliados obtiveram 143 assentos, uma melhora em relação às 89 cadeiras conquistadas em 2022.
Para garantir a segurança durante o pleito, 30.000 policiais e gendarmes foram mobilizados em toda a França, incluindo 5.000 em Paris e seus subúrbios. Lojas na Champs Elysées fecharam e cobriram vitrines como precaução contra possíveis manifestações.