A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, anunciou que o tribunal não enviará técnicos para acompanhar as eleições na Venezuela, marcadas para o próximo domingo, 28 de julho. A decisão foi tomada após críticas do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que questionou a auditabilidade das urnas eletrônicas brasileiras durante um comício em 23 de julho.
Maduro afirmou, sem apresentar evidências, que “no Brasil, nem um único boletim de urna é auditado”, levantando dúvidas sobre a integridade do sistema eleitoral brasileiro. Em resposta, o TSE divulgou uma nota na noite de 24 de julho, defendendo a segurança e auditabilidade das urnas eletrônicas brasileiras.
Nota do TSE
Na nota, o TSE afirmou que as declarações de Maduro são falsas e que as urnas eletrônicas brasileiras são “auditáveis, auditadas e seguras”. A Corte enfatizou que nunca foi demonstrado qualquer equívoco ou instabilidade no funcionamento das urnas e destacou o compromisso com a transparência e integridade do processo eleitoral brasileiro.
A nota também sublinhou que a Justiça Eleitoral brasileira não tolerará “declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro” e que “questionar o sistema eleitoral brasileiro é semear inaceitável afronta à seriedade, à segurança e à publicidade plena do processo eleitoral do Brasil”.
Eleições Venezuelanas
As eleições na Venezuela ocorrem em um ambiente de crescente tensão, com Maduro buscando um terceiro mandato. Ele acusou a oposição de preparar um plano para denunciar fraude e gerar violência. A reeleição de Maduro em 2018 foi contestada por diversos países e organizações devido a alegações de fraude. O processo eleitoral deste ano também tem sido marcado por inabilitações e prisões de opositores, além de censura a veículos de comunicação.
A medida do TSE de não enviar técnicos ocorre em meio a esse cenário tenso e destaca a defesa da integridade do sistema eleitoral brasileiro frente a críticas internacionais infundadas.